domingo, 17 de agosto de 2014

Israelenses e palestinos se mostram céticos ao retomar as negociações

TOPSHOTS Hamad (R) and Mohammed (L) sit in a destroyed apartment building where they lived with their families in the neighborhood of Al-Shaas in the north of the Gaza Strip enclave on August 16, 2014. The men's families live in a UN-run school where they had taken refuge, but the men remain and sleep overnight in the shell of a building to watch over what little is left. The UN estimates about 10,000 Palestinian homes were destroyed by fighting between Israel and Hamas displacing hundreds of thousands of people living in the Gaza Strip. AFP PHOTO/ROBERTO SCHMIDT / ROBERTO SCHMIDT (AFP)
As equipes de negociadores de Israel e das facções palestinas estão retomando neste domingo suas reuniões no Cairo para conseguir um acordo que traga a calma, indefinidamente ou por um tempo prolongado, aos dois lados da fronteira de Gaza. Depois que na madrugada de quinta-feira foram negociados cinco dias a mais de trégua – que acaba às 23h59 de segunda-feira (horário local) –, cada delegação se dedicou a informar seus respectivos Governos e nações amigas e, agora, de novo, estão estudando a proposta feita pelo Egito. Publicamente, as duas partes mostram ceticismo diante de uma solução rápida e satisfatória. Depois de uma sexta-feira em que todas as partes mostravam seu otimismo diante de um pacto, entre a noite passada e a manhã deste domingo os discursos tornaram-se mais sombrios, mais ameaçadores. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na entrada do Conselho de Ministros que só haverá acordo com o Hamas se houver “respostas claras” às suas necessidades de segurança. “Se o Hamas acredita que pode cobrir suas perdas militares com uma conquista diplomática está equivocado”, alertou. Também repetiu que Israel é “muito forte” e que se seu adversário acredita que o país não tem “a suficiente determinação e paciência” para brigar em um conflito longo “está cometendo um grave erro”. MAIS INFORMAÇÕES Um veterano do Holocausto devolve uma medalha a Israel pela ofensiva em Gaza Israelenses e palestinos concordam em prorrogar a trégua em Gaza A França eleva o tom e pede o fim do “massacre” na Faixa de Gaza Fazia referência a declarações como as de Osama Hamdan, o responsável de Relações Exteriores do Hamas, que no sábado à noite prometeu uma “longa guerra” se não dessem “respostas” a “todas” as aspirações do lado palestino. A proposta atual do mediador egípcio não lhes satisfaz, revelou. Khaled Meshaal, o líder político do Hamas, afirmou em uma entrevista à Al Jazeera que os palestinos não vão ceder em “nenhuma” de suas reivindicações. Apenas um dia antes, Azzam al-Ahmad, que chefia a delegação palestina no Cairo, falava de “esperança em um acordo muito próximo”. Os ministros de centro do governo de Netanyahu confirmavam esta sensação. Se o endurecimento das mensagens é apenas uma guerra de palavras de última hora ou se as possibilidades de acordo diminuíram, isso será confirmado com o passar das horas. Os Estados Unidos e as Nações Unidas estão aumentando a pressão sobre as partes para que fechem esse pacto, confirmam fontes de ambas as delegações, enquanto a agência de notícias turca Anatolia cita autoridades egípcias afirmando que há margem para otimismo e que se não houver um acordo agora, poderia ser conseguido um outro cessar-fogo para finalizar as negociação dos termos pendentes. A principal exigência dos palestinos é o fim do bloqueio de Gaza e os israelenses querem a desmilitarização das facções armadas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário