sexta-feira, 18 de abril de 2014

Greve da Polícia Militar na Bahia termina com 39 homicídios


Nas 48 horas de paralisação da Polícia Militar da Bahia, 39 pessoas foram assassinadas, de acordo com o relatório da Secretaria de Segurança Pública do Estado, sendo que entre as vítimas está um soldado da PM, Erival Santiago Ramos, de 31 anos. Apenas para efeito de comparação, no ano passado, a média de assassinatos no Estado era de 15 ao dia. Segundo a Agência O Globo, 8.000 homens, entre membros das forças de segurança da Marinha e do Exército, foram enviados para suprir o trabalho dos PMs, sendo que 2.500 foram enviados à capital Salvador. "Eu autorizei o envio de tropas federais para dar apoio à segurança pública e garantir a paz na Bahia”, disse hoje a presidenta Dilma Rousseff em sua conta no Twitter. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo se reuniu hoje com o governador baiano, Jacques Wagner (PT), para discutir as estratégias de atuação das forças militares. A greve convocada na terça-feira, que foi considerada inconstitucional pela Justiça da Bahia, tinha como objetivo reajustar as Condições Especiais de Trabalho (CET), uma gratificação do corpo militar aos oficiais. Os policiais paralisados pediam que esse incremento fosse estendido a todos os funcionários incluindo soldados, cabos e sargentos, o que geraria um gasto de 712 milhões de reais no orçamento estatal. Mesmo com uma multa diária estipulada em 50.000 reais, as associações policiais mantiveram a greve até as 15h desta tarde, quando chegaram a um acordo com o Governo. Em um Estado onde a taxa de homicídios cresceu 400 % de 2000 a 2010, chegando a 41,1 por 100.000 pessoas, de acordo com estatísticas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a violência é uma grande preocupação. A agência AFP informou que cinquenta pessoas foram presas pelo saque às lojas de eletrodomésticos, farmácias e supermercados no Estado, mas principalmente na capital, Salvador. Em plena Semana Santa, as paradas de ônibus se encontravam vazias, os pontos turísticos e restaurantes fechados, as escolas suspenderam as aulas e o transporte público foi reduzido. Outro ponto da negociação dos PMs com o Governo de Jacques Wagner foi a “anistia”, que prevê o perdão a todos os policiais que foram penalizados nesta greve e na de 2012, que durou 12 dias. O Governo considerou esse ponto “inegociável”. Também entraram na pauta o aumento do auxílio alimentação para 500 reais, a revisão do código de ética e dos processos disciplinares, que o Governo concordou em examinar.
Fonte: el pais

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