sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Yanukovich nega a legitimidade do Parlamento ucraniano na Rússia


O presidente ucranio Victor Yanukovich afirmou que o Parlamento da Ucrânia carece de qualquer legitimidade, já que atua sob a pressão popular. O ex-presidente fez essas declarações em uma conferência de imprensa televisionada na localidade russa de Rostov del Don. Yanukovich afirmou: "Ninguém me derrubou... Tive de abandonar a Ucrânia pelas ameaças contra a minha vida e minha família." O ex-presidente, destituído no dia 22 de fevereiro pelo Parlamento ucraniano, disse que o poder em Kiev "foi usurpado por nacionalistas e pró-fascistas, bandidos...que são a absoluta minoria dos habitantes da Ucrânia". Ele afirmou que não pedirá ajuda militar a Moscou para tratar de voltar ao poder em seu país. "Considero que toda ação militar nesta situação é inadmissível", disse, ao mesmo tempo em que acrescentava que voltará à Ucrânia assim que tiver garantias de segurança, inclusive internacionais, para ele e sua família. O ex-presidente também denunciou o não cumprimento dos acordos alcançados no dia 21 de fevereiro com a oposição "com a mediação" da França, Alemanha, Polônia e Rússia e acusou o Ocidente de ter "alimentado" o movimento de protesto antigovernamental Euromaidán. A Promotoria Geral da Ucrânia anunciou nesta sexta-feira que pedirá a extradição de Yanukovich, que está sendo acusado de um suposto assassinato em massa e premeditado, e de abuso de poder. O Parlamento pediu nesta semana à Corte Penal Internacional (CPI), sediada em Haia, que processe o presidente deposto e soltou uma ordem de busca e prisão internacional contra ele e outros antigos altos funcionários por crimes contra a Humanidade. As novas autoridades acusam de assassinato em massa os cidadãos ucranianos durante as ações de protestos em massa no período compreendido entre o dia 21 de novembro e o dia 22 de fevereiro de 2014. Durante a coletiva de imprensa na Rússia, Yanukovich negou que tenha autorizado a policial a disparar contra manifestantes em Kiev. No entanto, lembrou que o batalhão antichoque usou armas "em legítima defesa". O presidente aterrissou nesta quinta-feira pela noite em um aeroporto militar do sul da Rússia escoltado por caças, segundo informou uma agência local. Segundo a imprensa local, que cita fontes próprias, Yanukovich está alojado em instalações privadas, não em uma residência governamental para altos funcionários e não há forças de segurança adicionais na cidade. O Governo russo aceitou oferecer proteção a ele.

Acordo para resolver a crise do Canal e acabar a obra antes de 2016


A estatal Autoridad del Canal de Panamá (ACP) e as empresas construtoras que formam o conglomerado Grupo Unidos por el Canal (GUPC) anunciaram nesta quinta-feira à noite que chegaram a um acordo para resolver a crise que chegou a paralisar durante 15 dias as obras de expansão da via aquática. O pacto estabelece uma minuciosa arquitetura financeira para conseguir continuar com os trabalhos e que o projeto termine em dezembro de 2015. Na essência, o acordo prevê que as partes injetem 100 milhões cada uma, enquanto a seguradora Zurich converterá a fiança de 400 milhões de dólares em um empréstimo. Da Espanha, Sacyr confirmou logo na manhã desta sexta-feira à CNMV que chegava a "um acordo conceitual final para resolver os problemas de financiamento que afetam o projeto de construção do terceiro jogo de eclusas do Canal". O grupo também diz esperar que "a pronta conclusão do acordo e o financiamento com o fim de executar a obra e completar de forma eficiente o projeto do Terceiro Jogo de Eclusas do Canal de Panamá". Jorge Quijano, administrador da ACP, especificou em qualquer caso que “o acordo está pendente de revisão e assinatura. No entanto, por nosso compromisso de transparência com Panamá, estamos informando como ocorreu”. É um pacto “conceitual sujeito à documentação, revisão e assinatura final pelas partes”, disse. “O terceiro jogo de eclusas vai ser completado dentro dos termos do contrato (terão que estar no Panamá em dezembro deste ano), tal como o exigimos desde o primeiro dia”, reiterou. As queixas do consórcio GUPC, composto pela espanhola Sacyr Vallehermoso, a italiana Impregilo, a belga Jan de Nul e a panamenha Constructora Urbana, “devem continuar sendo atendidos de acordo com os mecanismos de resolução contratuais. O preço do contrato se mantém, isto é, não foi modificado por este acordo”, esclareceu. Estes pedidos são a parte essencial do conflito, já que o pleito estourou no último dia 1 de janeiro quando o consórcio de empresas advertiu que em 20 de janeiro suspenderia os trabalhos se a Autoridad se negasse a pagar 1,6 bilhão de dólares por despesas adicionais imprevistas. A ACP reafirmou que as queixas devem seguir um trâmite estabelecido no contrato que as partes assinaram em 2009 e que define, como último passo, uma arbitragem na Flórida para resolver as diferenças. A Autoridad del Canal recusou o ultimato e continuou negociando com GUPC, que ampliou o prazo para 4 de fevereiro. As conversas foram concluídas sem acordo e, no dia seguinte, o Grupo suspendeu a ampliação, que começou em 2007 com um orçamento de 5,25 bilhões de dólares. Os trabalhos foram retomados na quinta-feira 20 de fevereiro, ao surgir uma solução preliminar entre as duas partes. A empresa estatal informou nesta quinta-feira que o consórcio “injetará” 100 milhões de dólares e a Autoridad “adiantará” uma quantidade similar, o que “permitirá alcançar o ritmo normal das obras” em março de 2014. Assim mesmo, "a moratória do pagamento adiantado poderá ser estendido" até 2018. Os progressos da Autoridad somam 748 milhões de dólares de avanço às construtoras. Quijano dizia que a chave do acordo estava no fato de que a empresa Zürich América, que é a seguradora da ampliação a cargo do GUPC, aceitasse injetar 400 milhões de dólares, que estão como fiança de cumprimento, para que se convertam em empréstimo ao Grupo. Segundo o pacto anunciado nesta quinta-feira, "a fiança de cumprimento" de 400 milhões de dólares “só poderá ser liberada pela (seguradora) Zürich, para a obtenção de um financiamento que permita completar a obra”. Um dos elementos essenciais do acordo é que as duas partes acordaram que 12 comportas que estão na Itália, “devem estar no Panamá em dezembro de 2014”. As comportas são vitais nas eclusas. Em 2009, o consórcio de construtoras ganhou a licitação para as eclusas ao oferecer 3,1 bilhões de dólares e nesse ano assinou um contrato e iniciou os trabalhos com a promessa de conclui-las em outubro de 2014, mas em 2012 surgiram atrasos e a meta passou a junho de 2015. No acordo desta quinta-feira, a Autoridad del Canal ratificou que “a apreciação do contrato se mantém, isto é, o mesmo não é modificado por este acordo”. A nova data de finalização é dezembro de 2015 e, segundo Quijano e as empresas, entre o 65% e 70% da obra está concluída. As eclusas são a parte principal da expansão, aprovada em referendo pelos panamenhos em 2006. A via inaugurada em 1914 pelos Estados Unidos, que começou a ser construída em 1904, operou com normalidade, apesar do conflito que ocorria ao lado.

Huber Matos, o comandante da revolução cubana e o exílio


Entrou com Castro em Havana, ficou preso durante 20 anos e foi líder em Miami. Huber Matos foi de tudo na revolução cubana: chegou ao escalão mais alto na guerrilha de Fidel Castro e também foi líder na cadeia e no exílio em Miami. Desceu a Sierra Maestra como comandante e tomou a cidade de Santiago de Cuba em 1 de janeiro de 1959, entrando uma semana mais tarde em Havana como um herói ao lado de Camilo Cienfuegos e Castro. Condenado por traição aos dez meses do triunfo revolucionário, cumpriu 20 anos de prisão em diversas cadeias da ilha, convertendo-se em um réu legendário. Ao sair da prisão e chegar em Miami, Matos fundou a organização anticastrista Cuba Independente e Democrática (CID), que lutou pela saída de Castro, por bem ou por mal. Ontem, aos 94 anos, morreu de um infarto na capital do exílio cubano e até o último momento manteve suas posições radicais. Tanto pelo seu tom quanto pelo conteúdo, a voz de Matos no rádio de Miami era uma das que soavam mais fortes, até o extremo de que há alguns anos chegou a pedir aos militares cubanos para que fossem contra o Governo. Huber Matos Benítez nasceu em 26 de novembro de 1918 no povoado de Yara, na antiga província do Oriente. Era o filho mais velho de um agricultor e de uma professora, o que lhe permitiu receber educação formal. Desde pequeno ajudou seu pai nas tarefas do campo e para escapar deste destino estudou Magistério. Se graduou na Escola Normal para Professores de Santiago de Cuba em 1940. Quatro anos mais tarde obteve um doutorado em Pedagogia na Universidade de Havana. Huber Matos em sua casa de Miami em 2006 / WILFREDO LEE (AP) Durante algum tempo trabalhou em várias escolas rurais do leste do país, onde começou a adquirir consciência política. Aos 18 entrou para o Partido Revolucionário Autêntico e em 1947, depois que Eddy Chibás fundou o Partido do Povo Cubano (Ortodoxo), militou nesta organização, à qual também pertencia Fidel Castro. Em 1950 foi nomeado vice-presidente do Magistério Nacional. A vida de Cuba e de Huber Matos mudaram radicalmente com o golpe de Estado de Fulgêncio Batista, em 13 de março de 1952, a poucos meses das eleições nas quais Castro se apresentou como candidato ao Congresso pelo Partido Ortodoxo. Neste momento, Matos trabalhava como professor na Escola Normal para Professores de Manzanillo, uma das principais cidades da província de Oriente, onde ensinava educação Cívica e História. Sua oposição à ditadura de Batista lhe levou ao exílio na Costa Rica em 1956, onde iniciou uma amizade com o presidente José Figueres. Quando Castro organizou a expedição do iate Granma e se fortaleceu na Sierra Maestra, Matos conseguiu preparar uma expedição com armas e voluntários e aterrissou com um avião nas montanhas de Cuba, unindo-se aos barbudos. Terminou a guerra como comandante, o posto mais alto da guerrilha, no comando da coluna 9 Antonio Guiteras. Depois de tomar Santiago de Cuba e entrar triunfalmente em Havana no mesmo carro de Castro e Cienguegos, ocupou diversas responsabilidades até que foi designado chefe do Exército Rebelde na província de Camagüey. Desde o início Matos se opôs à mudança radical da revolução e, quando percebeu que se inclinava ao socialismo e que membros do antigo partido comunista (o Partido Socialista Popular) entravam em instituições do Governo, escreveu uma carta pessoal a Castro renunciando seu cargo. “Não desejo me converter em um obstáculo para a revolução e acredito que, tendo que escolher entre acomodar-me às circunstâncias ou sair para não causar nenhum dano, o mais revolucionário para mim é ir embora…”, dizia a carta, enviada ao líder cubano em 19 de outubro de 1959. Matos acrescentou: “Se queremos que a revolução triunfe, que se fale aonde vamos e como vamos, que não se escutem tantas fofocas e intrigas, e que não se trate de conspirador nem de reacionário aqueles que com critério honrado exponham essas coisas”. Apesar de Matos sempre ter afirmado que esta carta foi a verdadeira causa de sua prisão, Fidel Castro e seus seguidores disseram que na verdade ele preparava um levante em Camagüey e Camilo Cienfuegos foi enviado para prendê-lo ali. Huber Matos se entregou sem resistência e Cienfuegos, ao regressar à Havana, morreu em um acidente de avião pelo mal tempo. O julgamento de Matos ocorreu em 11 de dezembro no antigo acampamento militar de Columbia e ali Castro interveio durante várias horas para acusar o seu antigo comandante de traição. Che Guevara e Raúl Castro eram partidários da pena de morte, mas Fidel Castro disse que se fizesse isso, Matos seria convertido em um “mártir”. O tribunal lhe condenou a 20 anos de prisão, dos quais não teve perdão nem de uma hora. No presídio fez várias greves de fome e denunciou que esteve anos isolado em uma cela, considerado um dos famosos presos “plantados”, denominados assim por se negarem a vestir o uniforme do réu comum. Ao sair da prisão em 1979 foi morar na Costa Rica e posteriormente se mudou para Miami, onde fundou a organização Cuba Independente e Democrática, um dos grupos anticastristas que atacou com maior beligerância o regime de Fidel Castro nas últimas décadas e que apoiou a lei Helms-Burton, que estendeu o embargo norte-americano aos demais países que negociassem com Cuba, quando foi promulgada em 1996. Em 2001, ganhou o prêmio Comillas pelo seu livro de memórias Cómo llegó la noche (Como chegou a noite).

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Morre Ernesto Paulella, o 'Arnesto' do samba de Adoniran Barbosa

Morre Ernesto Paulella, o 'Arnesto' do samba de Adoniran Barbosa Ele tinha 99 anos e morreu no hospital após uma fratura no fêmur. Ele faria cem anos em 15 de dezembro de 2014. Ernesto Paulella, o "Arnesto", do samba de Adoniran Barbosa, morreu por volta do meio-dia desta quarta-feira (26), aos 99 anos. Ele faria cem anos em 15 de dezembro de 2014 e morava ainda no bairro do Brás. saiba mais Ruas de SP lembram centenário de nascimento de Adoniran Barbosa Veja imagens dos bairros que inspiraram Adoniran Arnesto sofreu uma fratura de fêmur e foi internado na sexta-feira (21), passou por cirurgia e estava no hospital. Ele era advogado aposentado, viúvo e estudioso de latim. Ele garantia que nunca convidou o amigo para um samba e nunca lhe deu "um bolo", como diz a canção. "Isso é coisa da cabeça dele", assegurou, em entrevista ao G1 em 2010. Ele lembrava com carinho que Adoniran, semanas após serem apresentados, em 1935, pediu-lhe um cartão de visitas. "Ele falou: 'Você é Arnesto, porque seu nome dá samba. Você aduvida?'", contava Ernesto, imitando a voz rouca do amigo. "Eu não aduvido mais", respondeu. O compositor prometeu escrever, então, uma canção para o amigo. Adoniran-Arnesto (Foto: Leticia Macedo/G1) Ernesto fala ao G1 em 2010 sobre música de Adoniran (Foto: Arquivo/Leticia Macedo/G1) Aproximadamente 17 anos depois, Ernesto foi surpreendido com a música em sua homenagem sendo tocada na rádio. "Fiquei muito emocionado", conta. Mais tarde, Ernesto tentou dar um puxão de orelhas no amigo. "Adoniran, você me meteu em uma encrenca. Todo mundo me pergunta por que eu convidei você para o samba", diz o advogado, que também era músico. Adoniran foi incisivo: "Arnesto, se não tinha mancada, não tinha samba". Quando questionado pelo amigo se havia gostado do samba, Ernesto declarou a ele: "Você me abriu ao meio. [Esse samba] foi a coisa mais bonita que me aconteceu".

Putin coloca tropas do centro e oeste da Rússia em alerta


O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou nesta quarta-feira que as tropas militares na parte ocidental e central do país entrem em alerta como parte das verificações não programadas da preparação de combate do Exército, que começaram a ser realizadas no ano passado. “De acordo com uma disposição do presidente da Rússia, às 14h de hoje [7h no horário de Brasília] foram colocadas em alerta as tropas do Distrito Militar Ocidental”, disse o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, em uma reunião da cúpula militar. A medida também incluiu o II Exército do distrito Centro, assim como os comandos dos diferentes braços da Força Aérea, incluindo a aviação estratégica. Shoigu indicou que o Comandante Supremo, cargo que segundo a Constituição russa cabe ao presidente do país, ordenou “testar a prontidão de combate das tropas para resolver as crises que ameaçam a segurança do país”. Esta missão ordenada por Putin ocorrerá em duas etapas, disse o ministro da Defesa. A primeira é a “implantação” e vai até quinta-feira, e a segunda fase, que prevê manobras “em terra e ar”, será concluída no domingo. Shoigu afirmou que todas as tropas envolvidas nesses exercícios militares devem estar de volta às suas bases permanentes o mais tardar em 7 de março. Embora a prática de realizar verificações de surpresa como nos tempos soviéticos foi retomada por Putin em 2013, quando foram feitas cinco inspeções não anunciadas, o momento escolhido para realizar as manobras pode ser interpretado como uma demonstração de força por parte da Rússia. O distrito militar Ocidental faz fronteira com a Ucrânia, país que atualmente vive momentos de tensão política. Putin não fez nenhum comentário público sobre o país vizinho desde que seu colega Victor Yanukovich abandonou Kiev, embora o comunicado sobre a conversa telefônica entre o líder russo e a chanceler alemã, Angela Merkel, dizia que os dois concordavam que a integridade territorial da Ucrânia deve ser mantida. Tanto os Estados Unidos como alguns países europeus têm alertado para a inadmissibilidade de uma intervenção militar na Ucrânia, e autoridades russas de alto nível asseguraram que a Rússia não tem intenção de interferir nos assuntos internos de seu vizinho. No entanto, as províncias orientais da Ucrânia tem o russo como língua principal, e essa população, especialmente na Crimeia, teme ser discriminada pelas novas autoridades. No ano passado, os exercícios militares imprevistos de maior envergadura aconteceram em julho, no extremo oriente russo, e envolveram 160.000 efetivos. Até agora não foi informado o número de soldados que participarão dessas manobras nos distritos central e ocidental.

A insurreição deixa a Ucrânia em ruínas


Os jovens que vigiavam a entrada do parlamento ucraniano pedem os documentos aos visitantes, conectaram o sistema de segurança e seguem todos os procedimentos de credenciamento. Mas, como suas roupas de camuflagem, seus capacetes daqui e dali e seus escudos de metal, tudo está impregnado de precariedade. Na terça-feira seria nomeado um governo de unidade nacional para tentar destravar a situação política, mas os mesmos políticos reagrupados agora em novas maiorias são incapazes de chegar a um pacto. A decisão foi adiada até quinta-feira e está tudo no ar. A economia, a beira da falência. As tensões entre o leste, de influência russa, e o oeste, pró-europeu, são novamente visíveis. “Não há dinheiro para pagar as dívidas, a produtividade caiu, a economia está em coma”, explica o economista Alexander Paskhaver. O presidente em exercício, Alexander Turchinov, não economizou dramatismo quando disse há dois dias que a economia “se precipita no abismo”. Tampouco na quarta-feira, quando mostrou preocupação pelos “sinais separatistas” que observa na Crimeia, no sul, onde a maioria da população fala russo e onde houve protestos em Sebastopol contra as novas autoridades de Kiev surgidas depois dos protestos. MAIS INFORMAÇÕES O Governo russo diz que a revolta de Kiev foi um “tumulto armado” As novas autoridades ordenam a busca e apreensão de Yanukóvich Nenhum desses constrangimentos serviu até agora. A deterioração financeira avança e não existe um poder executivo real depois da fuga do ex-presidente Victor Yanukóvich, que continua em busca e captura. Por isso agora a economia “depende do Governo que for escolhido e de como esse decidir gastar o dinheiro. O risco é que peçam agora bilhões e dentro de quatro meses digam ‘precisamos de outro tanto”, acrescenta o economista Paskhaver. A União Europeia sabe que essa necessidade de fundos imediatos foi um dos fatores que impulsionaram o país a buscar a ajuda de Moscou e por isso busca rapidamente fundos para a sua sobrevivência econômica. “Estamos em contato com nossos sócios para encontrar vias que ajudem a Ucrânia a superar os desafios econômicos. Estamos pensando em combinar empréstimos de curto prazo com outros de longo prazo”, adiantou na terça-feira em Kiev a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton. Bruxelas tenta mobilizar todos os meios ao seu alcance para estabilizar a Ucrânia que precisa de reformas democráticas e de estabilidade política, mas, a curto prazo, o mais imperioso é dinheiro. Kiev estima essas necessidades em 35 bilhões de dólares (81,7 bilhões de reais), uma quantidade muito superior aos 15 bilhões de dólares concedidos por Moscou, cujo desembolso agora – depois de um primeiro pagamento de três bilhões – é uma incógnita. Klitschko será candidato a presidente AGÊNCIAS Vitali Klitschko, de 42 anos, ex-campeão mundial de boxe, tem sido um dos principais líderes da oposição desde que estouraram as manifestações contra o Governo, por causa da recusa deste em assinar um acordo comercial com a UE, em novembro passado. As fontes consultadas se recusam a falar de dinheiro porque os detalhes estão sendo negociados por muitas partes. Mas as discussões mantidas com as autoridades de Kiev no final do ano passado, quando a assinatura do acordo de associação com a Europa parecia certa, dão uma ideia das quantidades disponíveis. Naquele momento, a EU estava disposta a conceder à Ucrânia uns 20 bilhões de euros (64,2 bilhões de reais) em sete anos, numa combinação de dinheiro a fundo perdido e linhas de crédito vantajosas. Os fundos seriam procedentes de diferentes instrumentos, incluindo o Banco Europeu de Investimentos e o Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento. Se na época o desembolso atingia essa magnitude, agora, depois da violência e da derrubada do poder na Ucrânia, a comunidade internacional pode se aproximar mais da quantia solicitada pelas autoridades provisórias de Kiev. “A situação na Ucrânia está muito frágil, nossa prioridade é estabilizar o país politicamente e depois economicamente”, afirmou o vice-presidente de Assuntos Econômicos da Comissão Europeia, Olli Rehn, partidário de criar uma conferência de doadores para colocar dinheiro sobre a mesa, como pediu o novo poder ucraniano. Além dos recursos europeus, a maior parte da ajuda da qual a Ucrânia precisa provavelmente virá do Fundo Monetário Internacional, com o qual a alta representante de Política Externa da UE já negocia. Tanto a ajuda do FMI como a europeia apresentam uma desvantagem em relação à procedente da Rússia: os prazos de concessão são mais dilatados – algo que Ucrânia não pode se permitir agora – e estão condicionados à adoção de reformas no país. “Nossa ajuda é muito importante e se baseia no compromisso de adotar reformas”, afirmou o comissário (ministro) europeu de Ampliação e Vizinhança, Stefan Fülle, pelo Twitter. Essas reformas, além disso, não serão muito populares, e podem incluir medidas como a duplicação do preço do gás, avalia um especialista ouvido pela Reuters. Os investidores estrangeiros na Ucrânia também estão inquietos por causa do acordo com o FMI. “Muitos estão preocupados com qual será o novo Executivo e como [os partidos] irão se virar para obter o acordo”, comenta Julian Ries, um advogado que trabalha com empresas internacionais que desejam se estabelecer na Ucrânia, um país onde os políticos têm a tradição de anteporem seus próprios interesses aos dos cidadãos.

1ª CAVALGADA DAS PODEROSAS 8 E 9 DE MARÇO DE 2014

1ª CAVALGADA DAS PODEROSAS
8 E 9 DE MARÇO DE 2014
ENCRUZILHADA - BAHIA

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Obama prepara a retirada total da tropa do Afeganistão


Barack Obama voltou na terça-feira a ameaçar o presidente Hamid Karzai com a retirada total das forças norte-americanas do solo afegão caso Cabul não assine um acordo bilateral de segurança (BSA, na sigla em inglês) sobre o qual o presidente afegão já se demora muito, na opinião de Washington. Em conversa por telefone, o presidente dos Estados Unidos advertiu seu homólogo de que a missão militar norte-americana que ficar no Afeganistão a partir do final de 2014 será menor “em escala e ambição” – ou inclusive será nula –a cada dia que Karzai retardar a assinatura do tratado que estabelece as condições de permanência das tropas norte-americanas no país, após fim do mandato da OTAN, em dezembro de 2014. A paciência da Casa Branca com Karzai parece ter chegado ao seu limite e, depois da conversa, Obama avisou o Pentágono para que se prepare para uma possível retirada total no fim de ano. “O presidente Obama pediu ao Pentágono que assegure ter o plano adequado para retirar toda a tropa do Afeganistão após 2014”, disse a Casa Branca em nota. Nesse sentido, Chuck Hagel, secretário de Defesa, pediu a seus comandantes que tenham mais “flexibilidade” diante de uma eventual retirada, sem que os EUA mantenham uma presença no Afeganistão. O comunicado da Casa Branca explica que Obama considera “improvável” que Karzai firme o pacto, e por isso a Administração já trabalha em “um plano de contingência” que garanta uma saída ordenada no final do ano. A relação entre Washington e Cabul é a cada dia mais tensa, e Obama e Karzai se falaram muito pouco nos últimos meses, o que deixa clara a frustração que a Casa Branca sente a respeito do mandatário afegão. Levar a cabo a conhecida como opção zero é mais complicado que deixar vários milhares de efetivos sobre o terreno, já que não tanto faz extrair os mais de 52.000 soldados que há na atualidade em Afganistán que deixar um contingente de 10.000 homens A conversa entre os dois presidentes ocorreu no contexto da próxima eleição presidencial do Afeganistão, em abril próximo, na qual Karzai não concorre. Com essa data em mente, Karzai insiste em não assinar o acordo bilateral de segurança – que, na sua opinião, não atende às condições desejadas por seu país –, propondo em vez disso que se espere a conclusão do pleito, o que significa retardar todo o processo, já que não existe a expectativa de que surja um ganhador claro no primeiro turno. Como é óbvio, levar a cabo a chamada “opção zero” é mais complicado que deixar vários milhares de militares no terreno, já que não é a mesma coisa retirar os mais de 52.000 soldados que há na atualidade no Afeganistão (o total da força da OTAN, chamada ISAF, com mais de 33.000 militares norte-americanos) em vez de deixar um contingente de 10.000 homens para operações conjuntas contra a Al Qaeda e para treinamento e modernização do Exército afegão. A resistência de Karzai em assinar o pacto bilateral pode significar um efeito-dominó em outros países cujos mandatários, assim como Obama, decidam recolher suas tropas para evitarem a insegurança decorrente de não ficarem estabelecidas as condições em que se darão as tarefas de adestramento e as operações antiterroristas. No caso dos EUA, o Pentágono exige imunidade para sua tropa, ponto que no passado, quando deixou de ser garantido, levou Washington a retirar suas forças do Iraque, após outubro de 2011. O secretário de Defesa confirmou que o Pentágono já avança na direção solicitada por Obama e conta com “seu total apoio”. “É um passo prudente, dado que o presidente Karzai demonstrou não ter intenção de assinar o Acordo Bilateral de Segurança que garante amparo ao pessoal do Departamento de Defesa”, concluiu Hagel.

“O pensamento conservador pode abordar coisas que as esquerdas recalcam”


De seu nome, saiu o verbo Caetanear, na canção Sina, de Djavan. De sua imagem, saiu a música Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos, uma homenagem feita pelos amigos e cantores Erasmo Carlos e Roberto Carlos, quando Caetano estava no exílio, em Londres, na década de 1970. Ainda assim, Caetano Veloso se considera limitado. Acha que nenhum de seus discos é satisfatório para ele. Em Outras Palavras, o músico se diz pouco responsável no trato com a música. Apesar disso, a Bossa Nova de Caetano é assim: uma mistura de música popular brasileira com a Bahia sob pano de fundo – sempre – misturado a um rock e pop originais. Ou não. Seu Som estrangeiro é bem recebido por diversas culturas do mundo por onde ele se apresenta. Ele Transa por universos desde os Beatles até artistas novatos brasileiros. Talvez por isso, sua música seja assim, livre de amarras e rotulagens. Algo meio Sem Lenço e Sem Documento. Atualmente, Caetano trabalha na turnê de seu disco Multishow Ao Vivo - Caetano Veloso - Abraçaço, lançado em janeiro em CD, vinil e também disponível no iTunes. Em abril, começa a turnê internacional, que vai até junho, com shows em Madri, no dia 29 de maio no Teatro Circo Price, e em Barcelona, no dia 31 de maio, no festival Primavera Sound. Em entrevista concedida por e-mail ao EL PAÍS, o cantor de 71 anos, nascido na cidade baiana de Santo Amaro, falou sobre sua música, cultura, política, a Copa do Mundo, os Black Blocs e o envelhecimento. "Uma pessoa pode ser muito mais feliz aos 70 do que foi aos 20 anos", disse. Para Caetano, a vida manda um Abraçaço. Ao longo dos anos, cheguei à conclusão de que os estrangeiros aplaudem mais. O que não quer dizer que gostem mais Pergunta - Você interpreta e grava hits dos Beatles, Michael Jackson, Nirvana e faz parcerias com artistas mais novos como Maria Gadú. Quais são os elementos que você acredita que fazem da sua música tão fresca, ao mesmo tempo que é um clássico da Música Popular Brasileira (MPB)? Resposta - Vejo as coisas com menos otimismo do que você. Admiro enormemente outros músicos, mas a mim próprio me considero limitado. Talvez a impressão de frescor que você descreve venha do fato de eu não ser muito responsável no trato com a música. P - Você acha que falta ousadia na MPB hoje? Não podemos conceber o mundo sem a presença cultural dos Estados Unidos. R - Não. O pessoal do funk carioca experimenta muito. E é muito audacioso na abordagem de temas sexuais. Por outro lado, você encontra um Thiago Amud, que tem atitude vanguardista culta e excelente tratamento técnico. Também os jovens rappers, como Criolo e Emicida, apresentam trabalho inovador e formam um vasto público. P - Você vai tocar no Primavera Sound em maio. Poderia contar um pouco sobre o que planeja levar para o festival? R - Vou partir do que estou fazendo agora: a versão para palco do trabalho feito no disco "Abraçaço", junto à bandaCê, formada por Pedro Sá (guitarras), Ricardo Dias Gomes (baixo e eventuais teclados) e Marcelo Callado (bateria). Somos como uma banda de rock muito enxuta fazendo coisas novas e velhas, todas ligadas ao que venho apresentando há décadas. O resultado não é rock global e sim uma coisa rarefeita que, se os brasileiros terminaram por captar muito bem (os shows no Brasil fazem muito sucesso com um público de várias gerações), não sei quão inteligível pode ser para não-brasileiros. P - Qual é a maior diferença entre o público brasileiro e o público estrangeiro? Centenas de milhares de pessoas nas ruas não significa que a maioria dos brasileiros rejeitam a Copa R - Ao longo dos anos, cheguei à conclusão de que os estrangeiros aplaudem mais. O que não quer dizer que gostem mais. Os brasileiros já nos conhecem de perto e são um pouco blasé, além de os públicos de outros países terem uma noção de educação que os leva a pelo menos aplaudir suficientemente, se não há nítida desaprovação ou desinteresse. Eu costumava dizer que os brasileiros tinham, em média, menos proteína e ficavam com os braços cansados de bater palmas. Em Buenos Aires ou Milão, San Francisco ou Copenhague, os aplausos são maciços. E veja: isso de um artista que é conhecido no Brasil e pouco conhecido fora dele. P - Muitos dos seus discos (Transa, Araçá Azul, Qualquer Coisa) figuram nas listas dos "melhores discos brasileiros da história", feitas por revistas especializadas em música, como a Rolling Stones. De todos eles, existe um que seja o seu preferido? R - Antigamente eu dizia que meus favoritos eram Joia e Transa. Mas era assim porque eu não ouço meus discos para comparar. Livro, Circuladô, Cê, Fina Estampa" são discos posteriores àqueles e que, na minha memória, são ao menos tão bons quanto. Seja como for, nenhum é realmente satisfatório para mim. P - Você menciona em seu livro - Verdade Tropical - que se dependesse de você, Elvis Presley e Marilyn Monroe nunca teriam se tornado estrelas. Você acredita que ainda temos uma cultura americanizada? Sempre olhei com desconfiança a ligação automática entre artistas e esquerdas R - Eu, sozinho, não teria contribuído para o sucesso desses grandes artistas americanos. Mas isso é me descolar da realidade. Não podemos conceber o mundo sem a presença cultural dos Estados Unidos. Nossa cultura, hoje, é mais americanizada do que nunca: vivemos num mundo em que o inglês predomina, as guerras de força internas da cultura de massas dos Estados Unidos são vivenciadas em profundidade pelos receptores e atores culturais de todo o mundo. P - Se as últimas manifestações estivessem ocorrendo na década de 1960, 1970, em qual lugar das ruas você estaria? R - Nunca fui um ativista. Participei de manifestações contra a ditadura nos anos 1960. Eu simpatizava, de longe (uma amiga quase me levou para mais perto), com a luta armada em 1968, porque desejava uma esquerda alternativa à ortodoxia comunista orientada por Moscou. Mas nunca me vi praticando atos violentos. Tenho amigos jovens que saíram às ruas em junho e julho. Nenhum deles praticante de depredações. Quando das grandes manifestações do ano passado, a única ação a que me liguei foi a tentativa de pacificação radical das ruas, proposta por meu colega músico Sidney Waismann. Fomos falar com o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e, em seguida, com os garotos da Mídia Ninja, um grupo de mídia alternativa. Uma moça Black Bloc, muito bonita, deu entrevista ao grupo de mídia alternativo e foi fotografada por uma revista de grande tiragem. Eu tinha escrito, em minha coluna de jornal, sobre sua beleza. Os meninos da Mídia Ninja me disseram que a garota tinha gostado do que eu escrevera. Eles me pediram para tirar uma foto para eles darem à garota. Já diante da câmera, um deles me pediu para amarrar uma camisa preta sobre o rosto, para ficar como ela aparecia nas fotos. Atendi. À noite, em casa, vi que eles tinham postado minha foto. Todos os articulistas de direita disseram que eu apoiava os Black Blocs. Mas tinha sido um atitude ingênua. Agora, faz pouco mais de uma semana, dois pobres rapazes soltaram um rojão em resposta à presença da polícia aqui no Rio e um cinegrafista de TV foi mortalmente atingido. Eles não eram Black Blocs e tudo indica que não miraram o jornalista. Mas a imprensa reagiu de modo enfurecido e permitiu toda sorte de simplismo na interpretação do fato. P - Acha que as manifestações contra o Brasil sediar a Copa são legítimas? Qual é a sua posição sobre isso? Eu votaria em Marina Silva, se ela tivesse conseguido criar o partido que planejou R – O povo adora futebol mas não está se sentindo bem com essas desproporções. Quem reclama tem toda razão em reclamar. Centenas de milhares de pessoas nas ruas não significa que a maioria dos brasileiros rejeitam a Copa. Mas a maioria esmagadora aprovou os protestos, quando arguida em pesquisas de opinião. O coração dos brasileiros está dividido. Na Copa da Confederações o Maracanã ficou cheio, mas houve protestos no seu entorno, com enfrentamento da polícia. A frase "Não vai ter Copa" é repetida nas ruas e nas redes sociais. Sabemos que vai ter Copa. Mas não será a apoteose que se esperava quando o Brasil, que tinha sido capa de The Economist, era visto como a bola da vez. P - Em uma de suas colunas no O Globo, você diz: "Nem acho que o conservadorismo seja necessariamente um mal". Você sempre pensou assim, ou acha que no últimos anos tem estado mais ponderado? R - Sempre olhei com desconfiança a ligação automática entre artistas e esquerdas. Mas sempre estive mais para a esquerda. Aprendi com meu pai, que temia os anticomunistas por ter visto a ação de grupos fascistas nacionais, que seguiam Mussolini e Hitler nos anos 1930. Além disso, desejo que se superem as estruturas opressivas de todo tipo. Não tenho temperamento conservador. Mas desde o final dos anos 1960 me vi obrigado a pensar com mais responsabilidade sobre essas questões. E percebi que o pensamento conservador pode abordar muitas coisas que as esquerdas recalcam. Acho perigoso e empobrecedor que esquerdistas só leiam autores de esquerda. P - Como você vê o cenário político nesse ano eleitoral? Já tem candidato a presidente? Envelhecer implica uma decadência física sem volta e isso tem de ser encarado pelo que é R - Eu votaria em Marina Silva, se ela tivesse conseguido criar o partido que planejou. Tenho grande respeito pelo seu histórico e votaria nela em homenagem a isso. Gosto de todos os outros candidatos. Conheço Eduardo Campos por ele ser parente de grandes amigos meus. Ele fez muito bom governo em Pernambuco. Aécio Neves também fez excelente governo em Minas Gerais. Gosto de Dilma, embora ache que o governo dela não tenha conseguido ser muito produtivo. Dadas as condições internacionais e as amarras políticas internas - além dos preconceitos ideológicos - ela parece agora mais representar uma saturação do período PT de nossa república. É quase certo que ela se reelegerá, no entanto. Se for assim, tomara que ela tenha forças para mudar as políticas. Há quem diga que, diante da grande instabilidade, Lula vai voltar. Se ele voltar, não tem pra ninguém. Há rumores de que um partido mais à esquerda apresentará candidatura de peso. Se isso acontecer, vou prestar muita atenção ao novo quadro. Desejo é que, seja quem for, algo possa se dar que faça bem ao Brasil. P - Sobre a questão das biografias (Em 2013, o grupo Procure Saber, do qual Caetano e outros artistas fazem parte, saiu em defesa de uma revisão na lei que permite a publicação de biografias não-autorizadas), qual é a sua posição hoje? Se eu, por exemplo, quisesse publicar uma biografia sua, como você reagiria? R - Reagiria com isenção. Nunca mudei a respeito. Todos os meus amigos sabem que sou, por princípio, pelas biografias livres. Muitos deles não são. No Procure Saber minha posição era diferente da maioria. Mas detestei o modo como a imprensa tratou o caso. E não acho que a mera supressão dos artigos 20 e 21 do Código Civil seja solução madura. As questões levantadas pelos meus colegas são pertinentes e devem ser discutidas com serenidade. P - No documentário Uma noite em 67, você fala que uma das coisas que mais sente falta da juventude é da elasticidade do corpo. Quais outras saudades você tem da juventude? R - Essas são as saudades mais fortes. A alegria física da juventude é uma verdade incontornável. Meu corpo era mais elástico e tudo nele se recuperava mais rapidamente. Envelhecer implica uma decadência física sem volta e isso tem de ser encarado pelo que é. Faço shows e discos e canções, vivo, não me dedico a lamentar a perda da juventude, mas não posso negar o que é evidente. É verdade também que nada diz que essa alegria física básica sustente a felicidade pessoal de ninguém. Nem que o envelhecimento impeça a alegria e o prazer de estar vivo. Uma pessoa pode ser muito mais feliz aos 70 do que foi aos 20. Há muitos fatores que contribuem para a felicidade. Ter conseguido muitas coisas, realizado algumas e superado outras mais é experiência que raramente os jovens podem ter P - O Sol (jornal publicado durante a ditadura militar no Brasil) já não existe mais, mas os jornais nas bancas de revista ainda te enchem de alegria e preguiça? R - Eu tinha mais preguiça na época em que escrevi a canção. Hoje leio ao menos dois jornais diários. Naquela época eu quase não lia nada nos jornais. A alegria, no entanto, é semelhante. Olho a banca de revistas nos aeroportos e fico excitado. E recebo os dois jornais que assino com animação e curiosidade. Todos os dias. A imprensa produz uma alegria social básica. Nem todas as querelas que a gente tem com ela podem empanar isso.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O Pentágono prevê reduzir o Exército a níveis prévios à II Guerra Mundial


Depois de duas caras e longas guerras, os Estados Unidos não parecem contemplar intervir em conflitos de similares características no futuro. Pelo contrário, o plano que acompanha o orçamento da Defesa apresentado nesta segunda-feira no Pentágono por seu responsável máximo aposta em a modernização do Exército para lançar rápidas intervenções cirúrgicas quando necessário, enfrentar as ameaças cibernéticas provenientes da China e estar preparado para os desafios que supõem os novos grupos islamistas filiados a Al Qaeda na África. O orçamento do Departamento de 
Defesa para os próximos cinco anos planeja reestruturar o Exército, reduzindo-o ao tamanho que tinha em 1940 antes da Segunda Guerra Mundial. O plano do secretário de Defesa, Chuck Hagel, pretende ser o reflexo da realidade da instituição depois do final de sua guerra mais longa, quando em dezembro saiam os últimos soldados dos EUA do Afeganistão. “Depois de Iraque e Afganistão”, explicou Hagel nesta segunda-feira em um discurso, os líderes militares não planejam “levar a cabo extensas e longas operações de estabilização”. “Enquanto nos encaminhamos ao fim de nossas missões de combate no Afeganistão, este será o primeiro orçamento que refletirá totalmente a transição que o Departamento de Defesa está fazendo depois de 13 anos de guerra –o conflito mais longo na história de nossa nação-“, declarou Hagel do Pentágono. Este será o primeiro orçamento que reflete totalmente a transição que o Departamento de Defesa está fazendo depois de 13 anos de guerra –o conflito mais longo na história de nossa nação Chuck Hagel Caso aprovado o plano do antigo senador pelo Estado de Nebraska, que será enviado ao Congresso no mês que vem como parte das propostas de despesas para o ano fiscal que começa em outubro, o Exército se reduzirá a seu nível mais baixo desde 1940, antes de que o militarismo norte-americano crescesse dramaticamente depois de entrar na Segunda Guerra Mundial. “É o momento da verdade”, anunciou o secretário de Defesa ao expor sua decisão de suprimir, por exemplo, toda a frota de aviões F-10. “Este é um orçamento que reconhece a realidade da magnitude de nossos desafios fiscais, que ao mesmo tempo contempla o perigoso mundo no qual vivemos e que reconhece o papel único e indispensável que o Exército dos EUA tem na segurança do país e no volátil mundo de hoje”. O Pentágono já adiantava que o número de soldados do Exército ia passar dos 520.000 homens atuais para algo entre 450.000 a 440.000. Mas Hagel anunciou nesta segunda-feira que esse nível será ainda mais baixo e poderá ser reduzido até os 420.000 militares caso aconteçam novos cortes orçamentas em 2016 para conter o déficit. O pico mais alto do Exército foi alcançado em 2010 com 566.000 efetivos. O orçamento da Defesa será apresentado em 4 de março e estará dotado de 496 bilhões de dólares, um nível que respeita o teto de despesa afixado pelo Congresso, e ao qual se somarão 26 bilhões de dólares mais autorizados pela Casa Branca para manter treinamentos e manobras. Passarão para a história os famosos aviões espiões U2, aqueles que, entre outros episódios, fotografaram os mísseis que a URSS instalava em Cuba e que colocaram o mundo à beira da Terceira Guerra –Nuclear- Mundial O Pentágono já se viu ameaçado por profundos e impopulares cortes, já que a modernização foi iniciada durante a época do predecessor de Hagel na Defensa, Robert Gates. Mas esses cortes sempre foram sobre o papel e o Pentágono enfrentará agora o impacto da redução do chamado sequester. Nas palavras de Hagel, o número de membros ativos será reduzido em 13% e, na reserva, em 5%. Por outro lado, o secretário de Defesa quer aumentar em 6% o total de homens de áreas especiais como os que participaram na captura e morte de Osama Bin Laden. A modernização do Exército norte-americano passa necessariamente pela maior destinação de recursos ao desenvolvimento de ‘drones’ (os aviões não tripulados), à ciberdefesa e às novas tecnologias que permitam manter a hegemonia no campo militar ante a países como China e seu emergente militarismo. Passarão para a história os famosos aviões espiões U2, aqueles que, entre outros fatos, fotografaram os mísseis que a URSS instalava em Cuba e que colocaram o mundo à beira da Terceira Guerra –Nuclear- Mundial. Desaparece também o avião F-10, usado para destruir alvos em terra, mas obsoleto ante a eficácia dos drones, e o KC-10, que permitia o abastecimento dos F-10 em voo. As recomendações do plano orçamental para 2015 e para os anos seguintes “respaldam forças armadas menores e mais bem preparadas -dando prioridade a plataformas rapidamente desapegáveis e independentes que podem derrotar adversários mais avançados tecnologicamente”, concluiu Hagel, acrescentando que [as propostas] também incluem “importantes investimentos para manter uma força nuclear segura, protegida, efetiva e confiável”.

Opositores montam barricadas na Venezuela e número de mortos vai a 13


Por Brian Ellsworth e Andrew Cawthorne CARACAS, 24 Fev (Reuters) - Manifestantes contrários ao governo da Venezuela montaram barricadas e iniciaram incêndios na capital nesta segunda-feira, apesar dos chamados da oposição para um maior controle dos protestos que já provocaram a morte de pelo menos 13 pessoas no maior protesto popular do país em uma década. O tráfego ficou confuso em Caracas e muitas pessoas permaneceram em casa, uma vez que os manifestantes queimaram lixo e empilharam material nas principais avenidas, um dia depois de o líder da oposição Henrique Capriles pedir que os protestos fossem pacíficos. "Sabemos que estamos incomodando as pessoas, mas temos que acordar Venezuela", disse Pablo Herrera, um estudante de 23 anos, perto de uma barricada no distrito de Los Palos Grandes, em Caracas. As autoridades do Estado fronteiriço de Táchira confirmaram outra morte: um homem que caiu de seu apartamento no segundo andar depois de ser atingido por uma bala de um protesto nas proximidades. As manifestações são o maior desafio enfrentado pelo presidente Nicolás Maduro durante o seu governo de dez meses, mas não há sinais de que ele possa sair do poder ou que os carregamentos de petróleo do maior exportador do produto da América Latina possam ser afetados. O governo diz que 529 pessoas foram acusadas pelos protestos - a maioria recebeu apenas uma advertência, mas 45 foram para a cadeia. Cerca de 150 pessoas ficaram feridas, segundo autoridades. Capriles, de 41 anos, rejeitou um convite para se reunir com Maduro à tarde, como parte de um encontro de prefeitos e governadores que poderia abrir o diálogo entre ambos os dois lados após duas semanas de violência. "Este é um governo que está morrendo... eu não vou ser como a orquestra do Titanic", disse ele a jornalistas. "Miraflores (palácio presidencial) não é o lugar para falar de paz, é o centro de operações de abusos dos direitos humanos." Capriles e outros líderes da oposição exigem que o governo liberte o líder preso das manifestações, Leopoldo López, e mais uma dezena de estudantes que participavam de protestos. Eles também querem que Maduro desarme grupos pró-governo e faça algo em relação a problemas como criminalidade e falta de produtos básicos. Alguns líderes estudantis, no entanto, querem a saída do presidente. "Se há uma coisa que esses protestos violentos têm feito é unir o 'chavismo'", disse Maduro à televisão estatal, usando o termo que se refere aos partidários do governo durante a gestão de 14 anos de seu antecessor, Hugo Chávez. O presidente, um ex-sindicalista de 51 anos, seguidor de Chávez, acusa os adversários de planejar um golpe com o apoio de Washington. A mãe de López disse que o filho preso está bem. "Ele é forte, mas ele é um prisioneiro, e para uma mãe, é terrível ver o filho na cadeia", declarou Antonieta López à Reuters.

Rússia diz que não tratará com "amotinados" que tomaram poder na Ucrânia


Por Elizabeth Piper MOSCOU, 24 Fev (Reuters) - A Rússia disse nesta segunda-feira que não tratará com aqueles que tomaram o poder por meio de um "motim armado" na Ucrânia, enviando o sinal mais forte até agora de que Moscou não quer ser arrastado a uma guerra de apostas com o Ocidente sobre seu vizinho do sul. Questionando a legitimidade das novas autoridades pró-europeias que assumiram depois que o Parlamento da Ucrânia removeu o então presidente Viktor Yanukovich, que era apoiado pelo Kremlim, o primeiro-ministro russo, Dmitry Medvedev, disse que não via ninguém com quem pudesse tratar em Kiev. Ele não declarou morto um pacote de resgate de 15 bilhões de dólares da Rússia para a Ucrânia, embora o futuro do pacote seja duvidoso, mas sinalizou que um acordo pelo qual a Ucrânia paga um preço reduzido pelo gás russo tem data para vencer e que uma prorrogação teria de ser negociada. Com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ainda comemorando o sucesso russo na Olimpíada de Inverno de Sochi, sobrou para seus assessores lidar com uma crise que não saiu como o esperado e reduziu a influência russa na Ucrânia. "Falando estritamente, não há ninguém com quem conversar lá. Existem grandes dúvidas sobre a legitimidade de uma série de órgãos de poder que estão funcionando agora lá", disse Medvedev a agências de notícias russas. "Alguns de nossos parceiros estrangeiros pensam diferentemente, acreditam que eles são legítimos... Não sei qual Constituição eles leram... Mas parece para mim que é uma aberração chamar de legítimo algo que é essencialmente resultado de um motim armado." Autoridades ucranianas emitiram nesta segunda-feira um mandado de prisão por assassinatos em massa contra Yanukovich, que agora está foragido depois de ser deposto por sangrentos conflitos nas ruas do país, nos quais atiradores de elite da polícia mataram manifestantes da oposição. A ex-república soviética fez um apelo nesta segunda-feira por ajuda financeira para evitar a falência. As dívidas da Ucrânia incluem mais de 1 bilhão de dólares de contas de gás não pagos à Rússia em 2013. Os preços são negociados a cada trimestre. "A decisão que foi adotada na esfera do gás tem períodos de tempo concretos para implementação", disse Medvedev. "O que vai acontecer depois que isso expirar é uma questão a ser discutida com a liderança das empresas ucranianas e com o governo ucraniano, se algum surgir lá." (Reportagem adicional de Katya Golubkova, Olesya Astakhova, Denis Pinchuk, Alissa de Carbonnel e Pavel Polityuk

domingo, 23 de fevereiro de 2014

APRENDÍ COM O REI - GILBERTO GIL

Gilberto Passos Gil Moreira, mundialmente conhecido como Gilberto Gil, (Salvador, 26 de junho de 1942) é um político, cantor, compositor, multi-instrumentista, escritor, ambientalista, empresário, e intelectual brasileiro, também conhecido por sua inovação musical e por ser ganhador de prêmios Grammys, Grammy Latino, galardeado pelo governo francês, com a Ordem Nacional do Mérito (1997), e pela UNESCO como "artista pela paz", em 1999. Gil foi embaixador da ONU para agricultura e alimentação e ex-Ministro da Cultura do Brasil (2003–2008). Em mais de cinquenta álbuns lançados, ele incorpora a gama eclética de suas influências, incluindo rock, gêneros tipicamente brasileiros, música africana e reggae, Gilberto Gil nasceu em 26 de junho de 1942, em Salvador, Bahia. É o primogênito de José Gil Moreira, médico formado pela Universidade da Bahia, e Claudina Passos Gil Moreira, professora primária. No início da década de 40, a família residia em Tororó, na época, um dos bairros mais pobres de Salvador. Devido a dificuldades em trabalhar, o Dr. José Moreira decidiu mudar-se com a esposa para a cidade de Ituaçu . Posteriormente, o casal saiu de Ituaçu, no interior do estado da Bahia, para Salvador, para que a criança nascesse na capital. Três semanas após o nascimento, a família retornou para a cidade de Ituaçu - onde Gil passou toda a sua infância -, cidade com menos de mil habitantes . Em agosto do ano seguinte, nasceu sua irmã, Gildina Passos Gil Moreira . Tanto Gilberto quanto Gildina foram alfabetizados pela tia-avó Lídia, professora aposentada da tradicional Escola Marquês de Abrante e mãe de criação do pai de Gilberto . Enquanto a avó preparava as refeições da família, Gil e sua irmã faziam as tarefas . Gil lembra que o "professor [mais] paradigmático da minha vida, sem dúvida, foi a minha avó. Foi ela, lá em casa, quem me apresentou ao mundo dos livros, do conhecimento, das histórias o mundo de Monteiro Lobato" . Aos três anos de idade, o menino já manifestava seu desejo de ser músico, fascinado com os sons da banda local, do sanfoneiro Cinézio e dos cantadores e violeiros - remanescentes dos travadores medievais, cantam versos de improviso, fazendo desafios entre si, contando estórias e história nos pontos mais longínquos do interior. Era uma das principais fontes de informação da população nordestina do Brasil. Seus versos eram feitos impressos em cordeis . Além disso, Gil também ouvia grandes sucessos das rádios do Rio de Janeiro e nos gramofones da cidade, os álbuns de Orlando Silva, Bob Nelson e Luiz Gonzaga . Em 1952, aos nove anos de idade, Gilberto e sua irmã mudaram-se para a cidade de Salvador, onde foram admitidos no Colégio Nossa Senhora da Vitória e, no mesmo ano, em uma escola de acordeom , na Academia de Acordeom Regina . A partir de então, passou a receber influências da música de Dorival Caymmi, bem como os novos estilos musicais vindos do sul do país, como jazz . Em 1960, Gil concluiu o ensino médio e prestou vestibular para cursar engenharia, porém, não foi aprovado. Então, decidiu fazer cursinho, com o objetivo de cursar administração de empresas. No ano seguinte, foi aprovado e passa a estudar na Universidade da Bahia . Durante o curso, Gilberto Gil promoveu e participou em eventos de vanguarda, como o Seminário de Música, dirigido pelo professor e compositor Hans-Joachim Koellreutter, que dá ao jovem o contato com a música erudita contemporânea ; conheceu e passou a namorar Belina de Aguiar, (nascida em Salvador, em 26 de maio de 1938), bancária que, mais tarde, tornou professora universitária . Em dezembro de 1964, Gilberto se formou em administração de empresas, e em janeiro do ano seguinte, mudou-se para São Paulo, com o objetivo de prestar um processo seletivo para a Gessy Lever. Em 29 de maio do mesmo ano, Gilberto Gil casou-se com Belina, que passou a ser chamada Belina de Aguiar Gil Moreira, mudou-se para São Paulo, e começou a trabalhar como trainee na Gessy Lever. Depois de um mês de estada em um hotel, e igual período de tempo em Campinas, mudou-se para Cidade Vargas, bairro do subúrbio da capital paulistana. Ele, então, passou a dividir seu tempo com as responsabilidades do escritório e da música . Em 1966, em Salvador, nasceu a primeira filha de Gil e Belina, Nara de Aguiar Gil Moreira. Um contrato assinado com a Philips fez com que a família mudou para a cidade do Rio de Janeiro e, tempos depois, em 3 de fevereiro de 1967 nasceu a segunda filha do casal Marília de Aguiar Gil Moreira. Depois de uma viagem Recife, Gil voltou ao Rio de Janeiro influenciado pela cultura popular da região. Em março, separou-se de Belinda e, no mês seguinte, passou a viver com a cantora Nana Caymmi . A essa altura, estava sendo empresariado por Guilherme Araújo . Em novembro de 1968, em meio à efervescência do movimento Tropicalista, fundado por Gil, ele passou a namorar Sandra Barreira Gadelha, ex-bancária em Salvador. Em dezembro ele e Caetano Veloso foram presos, devido Ato Institucional nº 5, que cerceou a liberdade artística e dos cidadãos. Ali, Gil adotou uma dieta macrobiótico, e estudou o misticismo oriental . Foi solto em fevereiro, ficando até julho em regime de confinamento, até saírem do país. Nesse meio tempo, Gil conviveu com Duate e o músico e filósofo Walter Smetak. Em março, casa-se com Sandra . Devido à pressão política, Gil e sua esposa foram obrigados a abandonar o País, mudando-se para Londres, onde, em 17 de maio de 1970, nasceu o terceiro filho do cantor, Pedro Gadelha Gil Moreira . Gil morava na 16 Redesdale Street, em Chelsea , mudou-se para Hampton Court. Em 14 de janeiro de 1972, Gil recebeu autorização para voltar ao país com sua família . Em 8 de agosto de 1974, nasceu Preta Maria Gadelha Gil Moreira, quarta filha do cantor, no Rio de Janeiro . Dois anos depois, em 13 de janeiro de 1976, nasceu em Salvador, Maria Gadelha Gil Moreira, filha de Gil e Sandra . Durante uma turnê ao lado de Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia, Gil foi preso em flagrante por consumo de maconha, em Florianópolis, Santa Catarina. O cantor alegou dependência física e psicológica da droga, e o juiz Ernani Palma Ribeiro, decidiu internar o artista no Instituto Psiquiátrico São José, "Gilberto Gil declarou que gostava da maconha e que seu uso não lhe fazia mal e nem lhe levava a fazer o mal" - palavras do juiz . Em julho de 1978, Gil mudou com a sua família para Los Angeles, nos Estados Unidos, para dar início à produção de um novo trabalho. Em Salvador, durante o mês de janeiro de 1979, o cantor conheceu a comerciária Flora Nair Giordano, e no ano seguinte separou-se de Sandra e em setembro passou a viver com Flora . Em 13 de janeiro de 1985, nasceu Bem Giordano Gil Moreira, primeiro filho do casal, no Rio de Janeiro . Dois anos depois, em 1987, Gil tornou-se presidente da Fundação Gregório de Mattos, e mudou-se para Salvador. Sua família se transferiu para a cidade posteriormente , ali, em 3 de janeiro de 1988, Isabela Giordano Gil Moreira, segundo filho dos dois. Gil casou-se no civil com Flora em 10 de junho de 1988. Ela, agora Flora Giordano Gil Moreira, tornou-se administradora das empresas do artista . Em 25 de janeiro de 1990, aos dezenove anos de idade, Pedro Gil, filho mais velho do cantor com Sandra, sofreu um acidente de carro e ficou em estado de coma. Pedro era baterista do grupo de rock carioca Egotrip, considerado um extraordinário instrumentistas. Ao voltar de São Paulo para o Rio de Janeiro, acabou dormindo ao volante e perdeu o controle do automóvel. O carro bateu em uma árvore na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Curva do Calombo, e capotou diversas vezes. Foi resgatado e levado para o Hospital Beneficência Portuguesa, com uma fratura no crânio e traumatismo crânio-encefálico. Em 2 de fevereiro, depois de oito dias internado na Unidade de Tratamento Intensivo em coma profundo, o jovem instrumentista faleceu . Um ano depois, em 15 de maio, aos 78 anos de idade, seu pai, José Gil Moreira, morreu em Vitória da Conquista. Já em 27 de agosto de 1991, nasceu o terceiro filho de Gil e Flora, José Gil Giordano Gil Moreira. Em 17 de setembro de 2008 nasceu sua neta Flor, filha de Isabela, em Nova York. Em 23 de fevereiro de 2013, falece sua mãe, Claudina Passos Gil, aos 99 anos de idade, por falência múltipla de órgãos no Hospital Português no município de Salvador. Carreira musical Aos dezoito anos de idade, Gilberto Gil formou com amigos o conjunto "Os Desafinados", conjunto instrumental onde ele revezava no acordeom e vibrafone . O grupo se apresentava em festas de aniversário, escolas e sedes de clubes de Salvador . Gil ficou no grupo até 1961. No final dos anos 50, aos dezessete anos, quando a bossa nova estava em ascensão, ele escutou o cantor e violinista baiano João Gilberto e, a partir de então, Gilberto abandonou o acordeom e passou a tocar violão. Inicialmente, utilizou o instrumento de sua irmã, até ter o seu - dado por sua mãe, posteriormente. Ele começou a escrever poemas, em sua maioria metrificados e influenciados pelos românticos Castro Alves e Gonçalves Dias, e o parnasiano Olavo Bilac, por exemplo. Oficialmente, sua carreira começou em 1962, compondo e tocando jingles. Tempos depois, "Bem Devagar", primeira canção composta por Gil, foi lançada em um compacto gravado pelo grupo feminino As Três Baianas, e ele participou da gravação tocando acordeom . Nessa época, ele também participava cantando em programas da rede de televisão local , e gravou canções feitas para a Petrobras, "Povo Petroleiro", onde no lado B, Gil interpretou a marcha carnavalesca "Coça, Coça, Lacerdinha" - sua primeira gravação cantando, lançada pela gravadora JS Discos. No ano ano seguinte, Gil gravou e lançou o EP Gilberto Gil: Sua Música, Sua Interpretação, que continha quatro faixas composta pelo próprio. Desse, fora extraído o single "Decisão", samba conhecido e rebatizado depois de "Amor de Carnaval" . No final do mesmo ano, Gil conheceu Caetano Veloso - que havia conhecido Gil pela TV e o tinha como um ídolo -, apresentando pelo produtor musical Roberto Santana , e logo depois conheceu as cantoras Maria Bethânia e Gal Costa. Em junho de 1964, os quatro, Tom Zé e outros, realizaram o espetáculo "Nós, Por Exemplo", inaugurando o Teatro Vila Velha, de Salvador, sob a direção geral de João Augusto e musical assinada por Gil e Santana, com repertório composto de canções próprias e de nossas de compositores como Dorival Caymmi. "Individual", primeira apresentação solo de Gil, ocorreu no ano seguinte, no Vila Velha, sob a direção de Caetano. Gil passou a ter vida dupla, de manhã preparava-se para se tornar diretor da empresa, e à noite, frequentava lugares como Galeria Metrópole, onde conheceu e encontrou-se com diversos artistas, tocava e cantava em vários bares, como o Redondo e o Bossinha, no João Sebastian Bar, por exemplo, conheceu Chico Buarque. Passou, então, a fazer parcerias com os letristas Capinan e Torquato Neto, além de participar com Caetano, Gal, Bethânia e Tom Zé, da "Arena canta Bahia", espetáculo dirigido por Augusto Boal, e encenado no Teatro Oficina. Gravou sua primeira fita demo e enviou para o escritório de uma editora musical. A fita possuía cerca de 30 minuto de duração, apresentando trechos de dezoito canções. Em outubro, Gil cantou "Iemanjá", com Othon Bastos, no V Festival da Balança, promovido pelo Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie, gravado pela RCA, sendo convidado pela gravadora, a lançar o primeiro single de sua carreira por uma grande selo, "Procissão" . 1966-1968: Louvação, os festivais e a Tropicália No início de 1966, Gil passou a se destacar no programa O Fino da Bossa, exibido pela Record e apresentado por Elis Regina, a quem mostrou suas composições "Eu Vim da Bahia" e "Louvação" . Seu sucesso, rendeu um contrato para lançar um álbum pela Philips Records; Gil, então, abandonou o emprego na Gessy Lever e decidiu viver apenas de música, mudando-se para a cidade do Rio de Janeiro com Belinda e sua filha, Nara . "Procissão", primeiro single oficial do cantor, foi lançado em 1965. O ano seguinte, 1966, a gravadora disponibilizou "Ensaio Geral", segunda canção de trabalho de Gil. Então, ele viajou para Recife, apresentando o espetáculo "Individual", autodirigido. Ali, ele conheceu tanto a vanguarda local quanto a tradição, como as bandas de pífanos de Caruaru, trazendo consigo, ao voltar ao Rio de Janeiro, essas influências. Em maio de 1967 Gilberto Gil lançou seu primeiro álbum, Louvação. O álbum contém arranjos de Dorival Caymmi, e composições de Caetano Veloso, José Carlos Capinam, Torquato Neto, Geraldo Vandré e João Augusto, com temática regional da Bahia, como "Água de Meninos", por exemplo, que retrata um incêndio ocorrido em um cais do porto, próximo de combustíveis e de moinhos de trigo. Alguns críticos, elogiaram o álbum, dizendo que esse possui uma "incrível riqueza melódica", influenciada por Tom Jobim. Apesar de não conter temáticas e estilos tropicalistas, Louvação mostrava que o movimento estava se organizando. O programa de Gil, Ensaio Geral, sai do ar em maio . É ali, no Rio de Janeiro, que o cantor ia participar de diversos festivais promovidos pela Record e TV Rio e concorreu, como compositor, em dois deles: I Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Rio, com "Minha Senhora", interpretada por Gal Costa; e II Festival de Música Popular Brasileira, da Record, com "Ensaio Geral" - classificado em quinto lugar -, interpretado por Elis Regina. Essa última canção, tornou-se título de um programa de televisão apresentado por Gil na TV Excelsior. Em outubro de 1967, durante o III Festival de Música Popular Brasileira, realizado no Teatro Paramount, onde Nana foi sua parceira em "Bom Dia", ele apresentou uma das canções que o marcou como compositor. Historicamente, o Brasil passava por uma fase de grande nacionalismo. Dessa maneira, o país rejeitava características de outras culturas como, por exemplo, as guitarras elétricas, que era uma "marca da cultura estadunidense e inglesa, além de representar o comercialismo", como lembra Caetano. Em contrapartida Gil, influenciado pelos Beatles, resolveu incluir o rock à música brasileira em "Domingo no Parque", interpretado ao lado de Os Mutantes. A canção ficou classificada em segundo lugar, além de ser premiado devido ao "moderno arranjo", feito por Rogério Duprat. Ao lado de "Alegria, Alegria", de Caetano Veloso, a primeira tornou-se um divisor de águas na música brasileira, pois, a partir de então até o fim de 1968, foi instalado no cenário brasileiro um movimento revolucionário, influenciado por Oswald de Andrade e o movimento antropofágico, batizado como Tropicália - nome de uma exposição de arte criada pelo carioca Hélio Oiticica, durante a mostra Nova Objetividade Brasileira, realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, que levou o nome. Porém, foi Nelson Motta, com o artigo chamado "A Cruzada Tropicalista", publicado no jornal Última Hora, em 5 de fevereiro de 1968, que batizou o movimento. O uso desses instrumentos e esse novo estilo musical, sob a música popular, além de tudo, representava um choque com o governo daquela época. O Brasil sofreu o golpe militar em 31 de março de 196436 , as liberdades democráticas conquistadas em décadas anteriores foram suspensas. Os militares instauraram no País um governo regido por atos institucionais, uma espécie de decreto que servia para implementar medidas que poderiam estar acima da ordem constitucional. Durante o governo do marechal Costa e Silva, foi promulgado o Al-5, em 13 de dezembro de 1968, que dava ao Executivo poderes quase absolutos sobre todas as instituições. Dessa maneira, a música popular deveria tornar-se o veículo de dissensão política. 1968: Consolidação do movimento, segundo álbum e repressão A partir de 1968, o movimento começou a ser consolidado. Caetano e Gil, ao lado de Os Mutantes, passaram a participar frequentemente de programas de televisão, especialmente por Chacrinha, apresentador que tornou-se ícone do movimento. Gilberto Gil participou do espetáculo Momento 68, patrocinado pela Rhodia, levando o artista para Portugal e Espanha. Nesta época, ele começou a trabalhar com seu novo álbum solo e mais um projeto ao lado de outros tropicalistas, como Caetano, Gal Costa, Tom Zé, Nara Leão, Os Mutantes e Rogério Duprat. Em março, a gravadora lançou o primeiro single do novo álbum de Gilberto Gil, "Pega a Yoga, Cabeludo"27. Já em maio, sob o título de Gilberto Gil, também conhecido como "Frevo Rasgado", a Philips Records lançou o segundo álbum solo de Gil. Produzido por Manoel Barenbein e com arranjos de Duprat, tornou-se um dos álbuns fundamentais do movimento Tropicália. Em outubro de 2007, o álbum entrou na lista dos 100 maiores discos da música brasileira, feita pela revista Rolling Stone Brasil, ocupando a 78ª colocação. Outros artistas, como Caetano, também lançaram álbuns tropicalistas, recebendo críticas de jornais como O Estado de S. Paulo, escrita por Augusto de Campos. Coordenado por Caetano Veloso, os tropicalistas lançaram um álbum-manifesto coletivo intitulado Tropicalia ou Panis et Circencis, com canções de Gil, Torquato Neto, Capinam, Tom Zé e Veloso. "Miserere Nobis", "Lindonéia", "Parque Industrial" e "Geleia Geral", são canções que retratam o país, ao mesmo tempo, retrógrado e moderno. Em setembro, Gil e Caetano concorreram ao Festival Internacional da Canção, promovido pela TV Globo do Rio. A canção, e segundo single do álbum de Gil, não se classificou e, em meio às vaias, Caetano declamou um discurso violento e improvisado. "Divino, Maravilhoso", composta por Gil e Veloso, interpretado por Gal Costa, participou do IV Festival de Música Popular Brasileira, alcançando o terceiro lugar e, posteriormente, dando nome a um programa de televisão dos tropicalistas, exibido pela TV Tupi, de São Paulo, com direção de Fernando Faro. Como a Tropicália representava uma intervenção na cultura do país, como uma crítica a política nacional, o governo resolveu repimir o movimento, prendendo Caetano Veloso e Gilberto Gil, em São Paulo no dia 13 de dezembro de 1968. Os artistas e líderes do movimento foram levados para o quartel do Exército de Marechal Deodoro, no Rio de Janeiro. Apenas em fevereiro de 1969, os artistas foram soltos, ficando sob regime de confinamento até julho. Até lá, Gil ao lado de Caetano, partiu a gravar material, em abril e maio, para novos álbuns, arranjados por Rogério Duprat, o projeto seria concluído posteriormente, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Ao sairem do regime de confinamento, se apresentaram em um espetáculo de despedida, no Teatro Castro Alves. Posteriormente, partiram, Gil e Caetano, com suas respectivas esposas para o exílio, passaram por Lisboa e Paris, mas, fixaram-se em Chelsea, Londres. Gil disse que Guilherme, então empresário da dupla, "foi à Europa antes de nós, para verificar onde iríamos ficar. Lisboa e Madrid estavam fora de questão, pois, Portugal e Espanha estavam sob uma ditadura pesada. Paris tinha um ambiente musical entediante. Londres, era o melhor lugar para ser músico". 1969-1971: Exílio, terceiro álbum e retorno ao Brasil Em agosto, mesmo com Gil fora do País, a gravadora lançou "Aquele Abraço" primeiro single do terceiro álbum de Gil e um dos maiores sucessos do ano no Brasil. Gil disse que a canção representava um "bye bye" ao País. Ele a compôs, após tratar da questão de sua saída do País com o Exército. Ele lembrou que os soldados do quartel o saudavam dizendo: "Aquele abraço, Gil!". Essa foi uma das canções de Gil mais vendidas, chegando ao topo da parada brasileira. Ainda em agosto, a Philips lançou Gilberto Gil, também conhecido como "Cérebro Eletrônico". Algumas resenhas sobre o álbum diz que as canções foram produzidas com um olhar para o ruído, dando à faixa "Volks-Volkswagen Blue" o título de "hino tropicalista". O críticos da allmusic, conclui que o álbum "é muito desarticulado, não tão consistente como o último álbum, mas, definitivamente uma obra-prima para o pop brasileiro no futuro". Já em Londres, Caetano e Gil dividiram o palco do Royal Festival Hall, em março de 1970. Essa foi a primeira de uma série de apresentações em teatros feita por Gil neste ano e no seguinte, na Inglaterra e em outros países da Europa, como França, Suíça, Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suécia. O sucesso de "Aquele Abraço", rendeu ao cantor e compositor um "Golfinho de Ouro", pelo Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro. Porém, o próprio artista acabou recusando o prêmio, publicando um artigo n´O Pasquim. No final do mês, Gil, Caetano e outros músicos brasileiros participaram do Festival da Ilha de Wight, que reuniu cerca de 600.000 pessoas. O jornal The Guardian, um dos principais da Inglaterra, escreveu que "dois brasileiros anônimos", eram a atração principal do segundo dia do evento, que durou cinco, e teve a participação de grandes artistas como The Who, The Doors, Joni Mitchell e Leonard Cohen, bem como a última apresentação de Jimi Hendrix. Os dois subiram ao palco cantando em português, acompanhado de tambores africanos e flauta transversal, mas, minutos depois, passaram a utilizar guitarras e a tocar canções que misturavam rock psicodélico, funk e samba. Nesta época, Gil foi convidado para produzir a trilha sonora do filme Copacabana Mon Amour, de Rogério Sganzerla. Ao lado de músicos como David Gilmour, do Pink Floyd, e Jim Capaldi, do grupo Traffic, entre outros, Gil foi convidado a participar de uma jam session, realizado no clube Revolution. Sua participação, se repetiu no ano seguinte também. Ao se envolver na organização do Festival de Glastonbury, em 1971, teve maior contato com reggae, estilo que estava em efervescência em Londres na época. Bob Marley, Jimmy Cliff e Burning Spear, tornaram-se inspirações para o compositor brasileiro. Além desses dois estilos, Gil também assistiu à apresentações de jazz, com artistas como Miles Davis e Sun Ra. Em meio a tudo isso, Gil assinou um contrato com o selo Famous Music, da Paramount Pictures, e o artista lançou um álbum somente com canções em inglês. Intitulado Gilberto Gil, é também conhecido como "Nêga", o álbum impulsionou a carreira internacional de Gil, levando-o para Nova Iorque, onde realizou uma série de apresentações no Village Vanguard e em teatros universitários. A Philips inglesa contactou Gil com o objetivo de lançar um novo álbum. O cantor chegou a gravar algumas canções, porém, acabou abandonando o projeto, devido a possibilidade de retorno ao Brasil. Caetano já havia retornado ao país, e Gil foi em janeiro de 1972, com a família e, a partir de então, percorreu as principais capitais do País com o espetáculo "Gilberto Gil: Em Concerto", que durou dois anos e continha repertório de álbuns futuros. 1972-1976: Expresso 2222, Refazenda e Doces Bárbaros Em publicação da revista Bondinho, foram lançadas quatro canções de Gil, entre elas "Expresso 2222", que dá o nome do álbum seguinte do cantor. As gravações desse novo projeto começaram em abril, e o primeiro single foi lançado em junho, "Cada Macaco no Seu Galho (Chô Chuá)", e contou com a participação de Caetano Veloso. "Chiclete com Banana" é o b-side do compacto. O lançamento de Expresso 2222 ocorreu em julho. Esse foi o primeiro trabalho de Gil ao voltar ao Brasil. Não é à toa que Gil canta "Back in Bahia", canção que retrata a ferida de uma saudade, enquanto "Pipoca Moderna", traz a presença da Banda de Pífanos de Caruaru e, na faixa-tema, Gil mostra sua habilidade violonística. A turnê do álbum iniciou-se em seguida e, durante esse tempo, o álbum Barra : Caetano e Gil ao Vivo na Bahia, gravação do espetáculo pelos dois em 1969, antes da partida para o exílio, foi lançado. Em dezembro, ele passou uma temporada, ao lado de Gal Costa, apresentado-se no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, Gil e Gal foram para França, para realizar um espetáculo no Midem, em Cannes, e no teatro Olympia, em Paris - que seria transmitido pela televisão francesa em novembro do mesmo ano. Ao voltar ao Brasil, deu início à gravação de um novo álbum, Cidade do Salvador, que seria lançado apenas em 1999; a produção do projeto acabou sendo arquivada. Porém, em março, Gil lançou o single "Meio de Campo", que teve destaque devido ao b-side, "Xodó (Eu Só Quero Um Xodó)", canção original de Dominguinhos e Anastácia, e que tornou-se uma das principais músicas de Gilberto Gil. Em abril ele iniciou uma série de apresentações no Teatro Opinião, no Rio de Janeiro. E, no mês seguinte, durante o evento "Phono 73", promovido pela gravadora Philips Records, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, Gil e Chico Buarque foram impedidos pela censura do regime ditatorial de interpretar a canção "Cálice", feita pelos dois especialmente para essa ocasião. Quando os dois começaram a cantar a canção, tiveram os microfones desligados. A música já havia sido apresentada à censura, e foi recomendado pela mesma que não fosse interpretada. No início de 1974, ao lado de Caetano Veloso, Gil apresentou-se no Teatro Vila Velha, em Salvador. Esse espetáculo, foi gravado e, posteriormente, em abril do mesmo ano, lançado como álbum, intitulado Temporada de Verão. "Maracatu Atômico", canção composta por Jorge Mautner e Nélson Jacobina, foi o primeiro single do projeto, a ser lançado em fevereiro. Foi nessa época, que Gil passou a administrar a sua própria carreira, deixando de trabalhar com o empresário Guilherme Araújo, e vai à São Paulo, realizando uma série de apresentações no Teatro da Universidade Católica, que, assim como as apresentações no Vila Velha, foi gravada e lançada, em dezembro, com o título de Gilberto Gil: Ao Vivo. No ano seguinte foi lançado Gil & Jorge: Ogum, Xangô, álbum lançado por Gil e Jorge Ben. Nesse, os dois cantam e tocam canções próprias. Porém, em seguida, Gil deu início à produção de um novo álbum, Refazenda. Esse foi lançado em 1975, e contou com uma turnê por 45 municípios brasileiros, com o objetivo de promover o projeto. Esse é um dois principais álbuns de Gil, ao lado de Refavela (1977) - gravado após uma viagem ao continente africano - e Realce (1979). Em 24 de junho de 1976, Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia, realizaram uma espetáculo conhecido como "Doces Bárbaros" - nome dado por Bethânia -, no Palácio das Convenções do Anhembi. Essa apresentação, virou uma turnê que foi até dia 7 de julho, quando Gil e Chiquinho Azevedo - então baterista -, foram presos por porte de maconha, em Florianópolis, Santa Catarina. O juiz decidiu internar ambos no Instituto Psiquiátrico São José, próximo a Florianópolis, de onde saíram no dia 20 para dar início a um tratamento ambulatorial periódico, no Sanatório Botafogo, no Rio de Janeiro17 . Logo após isso, o quarteto voltou a se apresentar, agora, no Canecão, onde permaneceram em cartaz por dois meses, batendo recorde de bilheteria na época. Essa turnê virou um documentário, Os Doces Bárbaros, de Jom Tob Azulay, e um álbum, Doces Bárbaros: Ao Vivo, lançado pela PolyGram. Hoje, o álbum é considerado uma "obra prima", porém, na época de seu lançamento (1976), foi duramente criticado47 . Inicialmente, o projeto seria gravado em estúdio, mas, por sugestão de Gal e Bethânia, foi decidido que um registro ao vivo seria melhor, sendo que quatro canções gravadas, foram, anteriormente, gravadas em estúdio e lançadas como singles - "Esotérico", “Chuckberry Fields Forever”, “São João Xangô Menino” e “O Seu Amor”47 48 . Em setembro, Gil retomou a turnê de Refazenda, que passou por 58 cidades do País16 . 1977-1980: Refavela, Refestança e Realce[editar | editar código-fonte] Em janeiro e fevereiro de 1977, Gil foi a Lagos, na Nigéria, para participar, ao lado de Caetano, do II Festival Mundial de Arte e Cultura Negra. A partir de então, passou a trabalhar a temática afro em suas canções49 . O cantor ficou cerca de um mês no País, tempo que serviria de base para o próximo álbum. Ao voltar ao Brasil, deu-se início a produção desse, e "Sítio do Pica-Pau Amarelo", primeira canção de trabalho do álbum foi lançada em março, mês em que Gil começou a gravar o novo material16 . Após isso, o cantor realizou uma apresentação polêmica para estudantes de um colégio de São Paulo; os estudantes cobraram do artista uma posição política de esquerda, condizente com a deles, e acabaram vaiando Gil. Em maio, Refavela foi lançado e a primeira fase da turnê do álbum começou no segundo semestre. Em outubro, Gil juntou-se à Rita Lee e deu início a uma série de apresentações conhecidas como "Refestança". Essa foi gravada e lançada pela Som Livre com o mesmo nome. No ano seguinte, o contrato com a Philips terminou, mas, antes disso, o cantor gravou seis faixas para um álbum de Samba de breque, completado por gravações antigas de Germano Mathias. Esse projeto foi lançado em maio com o título de Antologia do Samba-Choro16 . Em 1978, Gil foi convidado a participar do Festival Internacional de Jazz de Montreux, na Suíça, celebrado em 14 de julho. Ele foi o primeiro brasileiro a se apresentar no festival, e esteve ao lado de A Cor do Som e Silvinho. Essa apresentação foi gravada e lançada pela Warner Music e suas afiliadas em agosto do mesmo ano. Antes disso, o cantor iniciou uma pequena turnê durante o verão europeu, e posteriormente, mudou-se para os Estados Unidos com a família, morando em Los Angeles e trabalhando no material para um novo álbum, exclusivo para o mercado estrangeiro, sob a produção de Sérgio Mendes16 . Foi no ano seguinte, precisamente em março e maio, que ele começou uma turnê por várias cidades estadunidenses, principalmente em teatros universitários, para promover seu novo álbum, Nightingale. Gil tornou-se o primeiro negro a integrar o Conselho de Cultura do Estado da Bahia - do qual Maria Bethânia também participou -, isso aconteceu em julho. "Não Chore Mais (No Woman, No Cry)" foi lançado em maio, e virou um grande hit da carreira do cantor, vendedor cerca de 750 mil cópias16 . Essa canção, anunciou o novo projeto que começa a ser gravado nos Estados Unidos e que foi lançado em agosto. Realce, teve turnê com cinquenta e uma apresentações, em trinta cidades brasileiras e, ao lado do jamaicano Jimmy Cliff, apresentaram-se em ginásios e estádios de cinco capitais brasileira, chegando a gravar um especial transmitido pela Rede Globo16 . Ainda em 1980, Gil foi eleito vereador em sua cidade natal, Salvador. Além disso, o artista passou a assumir outros cargos administrativos na área cultural, passando a realizar constantes viagens à África Ocidental49 . 1981-1985: Luar, Um Banda Um, Extra e os 20 anos de carreira[editar | editar código-fonte] Em novembro e dezembro de 1980, começaram as gravações de Luar (A Gente Precisa Ver o Luar), primeiro álbum de muitos produzidos por Liminha, sendo que o primeiro single do projeto foi "Se Eu Quiser Falar com Deus"16 e o projeto foi disponibilizado em março de 1981, com uma turnê que começou em 31 de março, durou seis meses, foi à Europa, Estados Unidos e Argentina. No início do ano, Gil ganhou da Câmara Municipal de São Paulo, a Medalha Anchieta Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, e em abril a Rede Globo apresentou um especial sobre o cantor, intitulado Gilberto Passos Gil Moreira. Em setembro de 1981, é lançado o single "Sonho Molhado"18 . Brasil, álbum de João Gilberto e Gil foi lançado em junho pela Warner, e contém a participação de Maria Bethânia em uma das faixas. Durante os dois primeiros meses de 1982, o cantor começou a produção de um novo álbum voltado para o mercado exterior, seria o seu segundo. Porém, o projeto foi arquivado pelo próprio Gil18 . Ele, então, começou uma série de apresentações, intitulada "voz e violão" em abril e maio, dando início, após isso, a gravação de um novo álbum, Um Banda Um, e durante sua produção, ele realizou uma turnê pela Europa, finalizada em Israel18 . Em agosto foi lançado Um Banda Um, acompanhado de "Andar com Fé", primeira canção de trabalho desse novo projeto. A turnê brasileira do mesmo, começou ainda em agosto, e em dezembro Gil teve sua casa, um sítio na Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, assaltada18 . E nesta época, após tudo isso, a editora Currupio, lançou um livro que contém coletâneas de entrevistas com Gil, textos sobre ele e outros arquivos, organizada, escrita e publicada pelo baiano Antonio Risério. A turnê de Um Banda Um, seguiu em maio e julho de 1982 pelos Estados Unidos, Europa, e depois no México e Colômbia, antes do retorno ao Brasil, onde o cantor já projetava um novo conteúdo para o próximo álbum, a ser lançado em setembro com o título de Extra. Esse novo trabalho contaria com uma turnê que duraria um mês no Palace, em São Paulo, e após passar por diversas cidades do país, chegando no Rio de Janeiro, onde ficou em cartaz no Canecão de dezembro a janeiro, antes de partir para outras apresentações em Salvador e Buenos Aires18 . Em 1984, Cacá Diegues dirigiu uma produção cinematográfica franco-brasileira intitulada Quilombo, baseado nos livros Ganga Zumba, de João Felício dos Santos, e Palmares, de Décio de Freitas. Gilberto Gil foi convidado a produzir na trilha sonora do filme, e no mesmo ano o álbum com as canções do filme foi lançada em outubro, na Europa, pela Warner18 27 . Neste meio tempo, Gil apresentou-se pela Europa e Estados Unidos, em junho e julho, e, após apresentações em Israel, voltou ao Brasil para produzir mais um álbum, Raça Humana. Com exceção à canção "Vamos Fugir", que foi gravada na Jamaica e contou com a participação do grupo The Wailers e a versão em inglês da faixa foi lançada como single na Europa, o álbum foi produzido no estúdio Nas Nuvens, inaugurado por Gil e Liminha, localizado no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Em setembro, as gravações do álbum já estavam concluídas, e o material começou a ser produzido. Gil apresentou-se em Nova Iorque, mas, se retornou ao Rio de Janeiro para o lançamento do álbum e estreia da turnê, no Canecão, em 25 de outubro de 198418 . No ano seguinte, 9 a 12 de 1985, aconteceu a primeira edição do festival de música Rock in Rio, na qual Gil participou. Em abril, deu-se início a gravação de um novo material para o futuro álbum, finalizado apenas em agosto. Em junho e julho, o cantor realizou uma excursão pela Europa e Estados Unidos, e três meses depois, lançou o álbum Dia Dorim Noite Neon. Em novembro, o artista comemorou os 20 anos de sua carreira com um grande evento em São Paulo, organizado pelo letrista baiano Waly Salomão. Intitulado "Gil: 20 anos-luz", a semana de espetáculos contou com apresentações, debates, filmes, leituras e apresentações de grandes nomes da música brasileira da época. Após isso, Gil começou a turnê de promoção de seu recém-lançado álbum18 . 1986-1990: Engajamento político e ao vivo em Tóquio Nélson Pereira dos Santos, produziu em 1987 um filme intitulado Jubiabá, baseado na obra homônima de Jorge Amado, e convidou Gil para fazer a trilha sonora, em 1986. Por volta do mês de abril, Gil apresentou-se em um espetáculo de voz e violão no Golden Room, do Copacabana Palace, através do projeto "Luz do Solo". Seu parceiro de composição Jorge Mautner participou do espetáculo. Mas, foi em 6 de maio, que Gil recebeu das mãos de Tom Jobim o Golfinho de Ouro - que Gil já havia recusado uma vez -, premiação do Governo do Estado do Rio de Janeiro, na época de Leonel Brizola, em cerimônia seguida de uma apresentação, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Em junho e julho, Gil foi à Europa para a turnê de Dia Dorim Noite Neon. Lá, foi convidado a participar do movimento francês SOS Racisme, na praça da Bastilha, apresentando-se na mesma noite com artistas franceses e africanos. A partir dai, ele foi para a sua primeira apresentação no oriente, no Japão; a turnê ainda incluiu passagens pelos Estados Unidos, Canadá e Caribe20 . Em 1987, o artista tornou-se presidente da Fundação Gregório de Matos, instituição voltada para revitalização da cultura afrobrasileira19 . Durante sua gestão, intensificou a relação Bahia-África, tanto que abriu-se em Salvador uma Casa de Benin, e na África, uma Casa da Bahia. Gil esteve por trás de um projeto de recuperação do centro histórico de Salvador arquitetado pela italiana Lina Bo Bardi e sua equipe. Simultâneo a sua carreia política, Gil foi responsável pela trilha sonora do filme Um Trem para as Estrelas, de Carlos Diegues, lançado pela Som Livre. Gilberto Gil: Em Concerto, foi lançado em março. Trata-se da gravação da apresentação do artista no Capacabana Palace, em 1986. Para divulgar esse novo trabalho, o artista se juntou ào Jorge Mautner e estreou em São Paulo "O Poeta e o Esfomeado", espetáculo que passaria por vinte cidades do Brasil. Sua apresentação em Tóquio, foi lançada no Japão em maio, e o álbum Soy Loco por Ti, América, começou a ser gravado, especialmente para o mercado internacional. Nos meses seguintes, Gil realizou uma turnê pelos Estados Unidos e Europa e, em agosto, o álbum Soy Loco por Ti, América foi lançado20 . Em 2 de março de 1988, Gil lançou-se oficialmente como pré-candidato a prefeitura da cidade de Salvador. Desligando-se em 14 de julho do cargo de presidente da Fundação Gregório de Mattos, devido a campanha política. Antes disso, ele foi à Europa e aos Estados Unidos para uma pequena turnê. Em agosto, decidiu disputar a Câmara dos Vereadores pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), nas eleições de 15 de novembro. Em agosto, a editora Paz e Terra lançou O Poético e o Político, de Gil e Antonio Risério, e o álbum Gilberto Gil: Ao Vivo em Tóquio, e o artista foi ao Japão para uma turnê e foi eleito vereado com o maior número de votos. Voltou ao Rio para uma nova temporada de espetáculos ali20 . Um novo álbum começou a ser planejado, e em janeiro e fevereiro de 1989, começaram as gravações. Com licença da Câmara, ele iniciou a turnê nacional, em 22 de maio, para divulgar o novo álbum, O Eterno Deus Mu Dança, lançado em junho. Gil foi aos Estados Unidos e à Europa, para promover seu novo trabalho20 . Em fevereiro de 1990, morreu seu filho mais velho, Pedro, em um acidente de carro, e Gil decidiu viajar para a Europa. E nesse ano, em 5 de junho, recebeu do então Ministro da Cultura da França, Jack Lang, o título de cavaleiro da Ordem das Artes e Letras (Ordre des Arts et des Lettres, em francês)27 , e acabou estendendo a temporada européia e estadunidense ao Japão. Em novembro, a Warner Music, através do selo WEA, começou a relançar no formado de discos compactos, todos os álbuns de Gil, anteriormente lançado como disco de vinil pela gravadora. Ainda em novembro, o artista foi homenageado pelo X Prêmio Shell de Música Brasileira, pelo conjunto de sua obra20 . 1991-1995: Parabolicamará, homenagens e Unplugged Durante janeiro e fevereiro de 1991, Gil começou uma excursão pela Europa. Porém, meses depois, em 10 de março, ele fez uma pausa e, ao lado de Tom Jobim, Caetano Veloso, Sting e Elton John, apresentou-se no Carnegie Hall, em Nova Iorque. Em seguida, ainda nos Estados Unidos, começou a gravar o material para o álbum do saxofonista estadunidense Ernie Watts, intitulado Afoxé, lançado pela CTI Records. Em junho e julho, retomou a turnê pela Europa e, em novembro, começou a gravar o material para o novo álbum, Parabolicamará, lançado em janeiro de 199222 . O lançamento do projeto e início da turnê, foram marcados por um grande espetáculo na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Em março, partiu para a Europa para vinte apresentações acústicas, apenas com voz e violão. Essas apresentações não tinham ligações com a turnê de Parabolicamará - que embarcava para a Europa apenas após as comemorações de 50 anos de idade do cantor. A editora e o selo Lumiar, lançaram em outubro, o primeiro volume do livro Songbook Gilberto Gil, que contém acordes cigrados e letras de 130 canções do compositor. O segundo volume, contém três álbuns, nos quais 38 faixas são interpretadas por diversos nomes da música brasileira. Da Europa, Gil partiu para Nova Iorque, onde ficou um mês inteiro (novembro) apresentando-se no Bowery Ballroom, apenas voz e violão. Ao voltar ao Brasil, em 19 de dezembro, realizou um grande espetáculo no vale do Anhangabaú, em São Paulo. Com o término de seu mandato como vereador, Gil abandonou a política e, em 1993, gravou ao lado de Caetano Veloso um álbum que comemora os 26 anos do tropicalismo e os trinta anos de amizade. Em julho, foi homenageado na noite brasileira do XXVII Festival Internacional de Jazz de Montreux, com um espetáculo chamado "Gilberto Gil and Friends", do qual participaram Caetano, Gal Costa, Chico Buarque, Dominguinhos e o Trio Esperança. Durante julho e agosto, realizou turnê pela Europa e Estados Unidos, e voltou ao Brasil, após isso, para lançar, através da PolyGram, Tropicália 2, com Caetano. Os dois fizeram uma apresentação do álbum na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro, em 25 de setembro, e depois, em 2 de outubro ao Pólo de Arte e Cultura do Anhembi, em São Paulo22 . Em setembro, a PolyGram, começou a relançar todos os álbuns remasterizados de Gil, antes lançados pela Philips como disco de vinil, dentro de uma série "Colecionador". E no mês seguinte, Gil voltou com a turnê de Parabolicamará, indo em novembro para a Alemanha, com Marisa Monte, para diversas apresentações no país22 . No início de 1994, precisamente em 18 de janeiro, Gil gravou o programa Acústico, da MTV. Essa apresentação foi gravada e, posteriormente, lançada mundialmente pela Warner Music, como álbum e home video intitulada Gilberto Gil: Unplugged. Enquanto o lançamento do acústico não acontecia, Gil levou a apresentação de promoção do álbum Tropicália 2, para o Parque de Exposições de Salvador, em 28 de janeiro. E durante o carnaval daquele ano, o artista, ao lado de Caetano, Gal e Bethânia, os Doces Bárbaros, foram homenageados pela Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, com o samba-enredo "Atrás do Verde e Rosa, Só não Vai quem Já Morreu". O quarteto realizou uma apresentação na quadra da escola, e participou do desfile no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. Em abril, a gravadora disponibiliza o álbum acústico. O lançamento ocorreu na Sala Cecília Meireles, com uma apresentação que percorreria o País, retornado ao Rio em setembro. Durante o VII Prêmio Sharp de Música, realizado em 4 de maio de 1994, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Gil recebeu de Dorival Caymmi uma homenagem por sua importância para a música nacional. Com os Doce Bárbaros, Gil viajou para Londres. Lá, o quarteto apresentou-se no Royal Albert Hall, espetáculo que contou com a participação da bateria da Mangueira. Ali, Gil e Caetano mostraram o espetáculo "Tropicália Duo", transposição das apresentações de Tropicália 2, na Europa e nos Estados Unidos. Ainda em 1994, precisamente em novembro, Gil gravou em Oslo, na Noruega, uma participação no álbum do baixista Rodolfo Stroeter, que também contou com a participação da cantora Marlui Miranda e do percussionista indiano Trilok Gurtu. No final do ano, Gil levou "Tropicália Duo", para o Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Com o objetivo de promover o Unplugged, Gil fez excursão pelos Estados Unidos e Europa em junho e julho de 1995, começando a gravar novo conteúdo para o próximo álbum, nos dois meses seguintes. Em outubro, o Free Jazz Festival, trouxe ao Brasil grandes nomes da música, como Nina Simone, Ray Charles, entre outros. E Gil participou do festival, apresentando-se com Stevie Wonder, no Rio de Janeiro e em São Paulo. No final do ano, Gil foi um dos nomes no espetáculo de ano-novo na praia de Copacabana, ao lado de Gal Costa, Chico Buarque, Milton Nascimento e Paulinho da Viola, interpretando o repertório de Tom Jobim, com a participação da bateria da Mangueira22 . 1996-2000: Festivais, Quanta, Grammy e Filhos de Gandhy[editar | editar código-fonte] Em janeiro de 1996, Gil apresentou-se na última edição do festival Hollywood Rock, realizando no Rio de Janeiro e em São Paulo, pela empresa de tabacos Souza Cruz. Meses depois, a agência Denison Bates, lançou em um álbum a canção "Comunidária", escrita e interpretada pelo cantor, para o projeto Comunidade Solidária. Esse álbum foi distribuído para os clientes-alvo da campanha. No final de março, Gil participou, ao lado do percussionista Naná Vasconcelos, da terceira edição do festival internacional PercPan, realizado em Salvador - esse mesmo festival teria sua próxima edição organizada por Gil e Naná, com a presença de onze artistas de seis países. Assim como em anos anteriores, em junho e julho, Gil foi à Europa e aos Estados Unidos, para diversas apresentações e, em novembro, o livro Gilberto Gil: Todas as Letras, organizado por Carlos Rennó, foi lançado através da editora Companhia das Letras. O livro traz comentários do artista sobre a composição de oitenta canções suas. Em 14 de dezembro, Gil apresentou-se na sede da Embratel, no Rio de Janeiro. Esse espetáculo foi transmitido em tempo real pela internet, onde Gil lançou o primeiro single do novo álbum, "Pela Internet", disponível a partir de janeiro de 199752 . Em abril, o álbum duplo Quanta foi lançado. Sua turnê começou em São Paulo, e seguiu para o Rio, onde ficou por uma temporada inteira no Canecão. Em 25 de maio, o artista foi à São Paulo, onde apresentou-se para 35 mil pessoas na praça da Paz, no Parque do Ibirapuera. Em seguida, voltou a dar sequencia na turnê de Quanta, indo ao interior do estado de São Paulo e percorrendo o resto do ano, outras partes do Brasil, para depois a turnê ir para países da Europa. A turnê, acabou se transformando em álbum ao vivo, sendo que a gravação ocorreu em 13 e 14 de agosto, gravada no Teatro João Caetano, no Rio. O álbum foi lançado em fevereiro de 1998, com o título Quanta Gente Veio Ver, também conhecido como Quanta: Live52 . Em junho e julho de 1998, Gil lançou a turnê "Twentysummers", que comemora os vinte anos seguidos de apresentações do artista pela Europa no verão. Pelo selo Pau Brasil, o artista lançou mais um álbum, Sol de Oslo - projeto coletivo divido com o baixista e produtor Rodolfo Stroeter, a cantora Marlui Miranda, o percussionista indiano Trilok Gurtu, o tecladista norueguês Bugge Wesseltoft e o acordeonista Toninho Ferragutti. Com uma apresentação de Gilberto Gil, o documentário produzido pelo canal GNT e pela Conspiração Filmes, intitulado Pierre Verger: Mensageiro entre Dois Mundos, sobre o fotógrafo e etnólogo francês radicado na Bahia. Em 25 de fevereiro de 1999, o álbum ao vivo Quanta Gente Veio Ver, foi eleito o álbum do ano na categoria "música do mundo" do Grammy. Gil receberia a estatueta do Grammy, em uma apresentação realizada no Rio e em São Paulo, em maio do mesmo ano. No mês seguinte, a Universal Music lançou o box Ensaio Geral, composto por treze álbuns produzidos por Marcelo Fróes. Esse material abrange os lançamento do artista pela Philips Records e PolyGram, entre 1966 e 1977, contendo também canções inéditas. No final do mês, aconteceu a quinta edição do PercPan, dirigido por Gil e Naná Vasconcelos. Em junho e julho, Gil realizou mais uma turnê pela Europa e Estados Unidos, mas, voltou ao Brasil em 25 de julho, para uma apresentação ao lado de Ivete Sangalo para 90 mil pessoas, na praça da Paz, no Parque do Ibirapuera. Em setembro, a editora UnB lançou o livro de Bené Fonteles, intitulado GiLuminoso, trazendo um álbum gravado pelo artista especialmente para esse projeto52 . Ainda em novembro, ao lado de Caetano, Gal Costa, Chico Buarque, Elza Soares e Virgínia Rodrigues, o artista realizou uma apresentação conhecida como "Since Samba Has Been Samba", no Royal Albert Hall, em Londres. Em 27 de fevereiro de 2000, a Conspiração Filmes lança o documentário Filhos de Gandhy, gravado parcialmente na Índia, e apresentado pela primeira vez no canal GNT. O documento foi dirigido por Lula Buarque de Hollanda, sob condução de Gil. Em março, o artista participou do carnaval de Salvador com o seu próprio trio elétrico, chamado "Chame-gente", e começou a gravar um novo trabalho, com Milton Nascimento. A sexta edição do PercPan - assim como as anteriores, dirigidas por Gil e Naná Vasconcelos -, dividiu-se entre Salvador e São Paulo, e em maio segue a Paris. Nesse tempo, Gil foi escolhido para desenvolver a trilha sonora do filme Eu, Tu, Eles. O álbum, intitulado Gilberto Gil e as Canções de Eu, Tu, Eles, contém clássicos de Luiz Gonzaga, e contou com uma turnê nacional homônima. Em outubro, o conteúdo gravado com Milton Nascimento terminou de ser produzido e a Warner Music lançou o álbum Gil & Milton. Os dois deram início a turnê de promoção do projeto em novembro, e essa se estendeu até dezembro. Os dois se apresentaram no 3º Rock in Rio, e Gil sobre um deslocamento da retina do olho direito e foi operado. 2001-2005: Eletracústico, "nobel da música" e premiações Durante o carnaval de 2001, Gil esteve presente em seu trio elétrico, o Expresso 2222, e em seu camarote. No mês seguinte, o artista voltou a se apresentar, promovendo o álbum lançado por ele e Nascimento. Em abril, o artista começou a gravar material para um álbum especial para as festas dos santos populares. São João Vivo, foi lançado em maio, pela Warner Music, e rendeu ao artista um disco de ouro, no Brasil. Embalado por esse novo trabalho, em junho, o cantor realizou o espetáculo "Arraial de Gilberto Gil", no aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, que marcou o início das filmagens do documentário Viva São João!, de Andrucha Waddington, lançado no ano seguinte em 14 de junho - nos cinemas. Antes disso, Gil fez uma apresentação com o pianista japonês Ryuichi Sakamoto e o Quarteto Jobim-Morelenbaum, no Teatro Alfa, em São Paulo. Após isso, iniciou uma turnê pela Europa, e foi à Jamaica, em novembro, para gravar um novo álbum, Kaya N'Gan Daya. A oitava edição do festival PercPan, ocorreu em Recife, Pernambuco, agora, além de Gil, com a direção do percussionista Marcos Suzano. A gravação do disco digital versátil Kaya N'Gan Daya, ocorreu no DirecTV Music Hall, em São Paulo. O álbum foi finalizado no estúdio Palco, instalado nas dependências da produtora de Gil, Gege, na Gávea, zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Esse novo álbum foi lançado em maio, e contou com uma turnê homônima que teve estreia no Canecão. Toda a discografia de Gilberto Gil lançada pela Warner Music, entre 1975 e 2002, foi lançada em um box em novembro. Sob a produção de Marcelo Fróes, o material possuía vasto material inédito, como demos, sobras de álbuns, e também a trilha sonora do filme Quilombo, por exemplo. Em 7 e 8 de dezembro, os Doces Bárbaros, se reuniram para duas apresentações: uma na praça da Paz, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo; e outro, no dia seguinte, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ainda em dezembro, do cantor aceitou o convite do então presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, e tornou-se Ministro da Cultura. Após o natal, o artista gravou um "ao vivo" do Kaya N'Gan Daya, no Teatro João Caetano. Esse, seria lançado em abril de 2003, com apresentações para divulgar o mesmo. Com licença de um mês do MinC, o artista foi à Europa, para diversas apresentações com Maria Bethânia. Em setembro, recebeu o prêmio de personalidade do ano no Grammy Latino, em Miami, Estados Unidos. No ano seguinte, Gil foi atração do segundo Rock in Rio realizado em Lisboa, Portugal. Uma excursão com dez apresentações pela Europa, ocorreu em julho, e de 13 à 15 de agosto o artista foi à São Paulo para apresentar o espetáculo "Eletracústico". Em seguida, ele viajou para Genève, Suíça, para participar do "Piece Concert", na Organização das Nações Unidas, em memória às vítimas do atentado à sede da organização, em Bagdá . No mês seguinte, ele foi ao Rio de Janeiro para registro do espetáculo "Eletracústico". O produtor do álbum, Tom Capone, faleceu em 2 de setembro, em um acidente de moto nos Estados Unidos, e Liminha foi chamado para produção o projeto, que foi dirigido por Bernardo Palmeiro. Foi Capone que convencera Gil a registrar o espetáculo, e o artista dedicou o projeto a ele5. As gravações do álbum ocorreram de 10 à 12 de setembro, no Canecão. E o Eletracústico foi lançado em 26 de novembro de 2004, pela Warner Music. Gil venceu o prêmio Polar de Música do ano, concedido pela Academia Real Sueca de Música. O prêmio é considerado o "Nobel da Música Popular", e foi dado ao artista devido ao "compromisso criativo de levar ao mundo o coração e a alma da música brasileira", assim como por seu "imenso talento, sua curiosidade e sua firme convicção cultural". No ano seguinte, o artista ganhou o Prêmio Multishow de Música Brasileira, na categoria "Música", por "Vamos Fugir", foi a Paris para apresentar o espetáculo "Viva Brasil", na Praça da Bastilha, reunindo quase 100 mil pessoas. Eletracústico, foi indicado para o VI Grammy Latino, como "melhor álbum de música popular brasileira", mas, perde para Cantando Histórias, de Ivan Lins. Após receber do governo francês a "Légion D'Honneur Grand Officier", recebeu a notícia que Eletracústico, foi indicado para o Grammy na categoria melhor álbum contemporâneo de world music. Em 1º de dezembro, o artista lançou, com uma apresentação no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, o DVD Show da Paz: Gil na ONU, gravado em 2003 na sede da entidade, e teve participação do então secretário-geral Kofi Annan. 2006-2010: As "bandas" e Fé na Festa Em 8 de fevereiro de 2006, Gil ganhou o segundo Grammy de sua carreira, com Eletracústico. Com dois anos sem compor, Gil escreveu "Balé de Berlim", feita para a seleção brasileira. Essa foi lançada um single promocional, "Ballet de Berlim", uma homenagem a Copa do Mundo FIFA. Em 25 de maio, o artista se apresentou em Berlim, na Alemanha, dando início a "Copa da Cultura", e seguiu em turnê pela Europa, apresentando-se em Bruxelas, Roma, Milão, Istambul, Paris, Montreux, Córsega, Barcelona, Madri e Girona, entre outras. No Brasil, Gil recebeu o título de honra ao mérito dos Afoxés Bisnetos de Gandhy, em Maceió, Alagoas, lançando no início do mês seguinte o álbum Gil Luminoso, pela Biscoito Fino. A turnê internacional de promoção do álbum, recebeu o título de "Banda Larga", e teve início em julho de 2007. E em 8 de agosto, o cantor participou do Festival de Jazz de Marciac, na França. O projeto foi indicado para 50º Grammy na categoria de melhor álbum contemporâneo de world music. Gil, tornou-se o primeiro artista brasileiro a ter um canal exclusivo no site de vídeos YouTube, e em 15 de maio de 2008, lança Banda Larga Cordel, na internet. O álbum conta com uma turnê homônima que passou pelos Estados Unidos e pela Europa durante junho e julho, e pela América Latina em outubro e novembro. Devido a difícil tarefa de conciliar a agenda ministerial com projeto pessoais e artísticos, o cantor pediu demissão da função de ministro da cultura, em 30 de julho de 2008. Anteriormente, porém, o artista já havia pedido demissão, em novembro de 2007, mas, o então presidente convenceu Gil a ficar no cargo. Banda Larga Cordel foi indicado para o Grammy Latino, na categoria de "melhor álbum de cantor-compositor". Em abril de 2009, o artista recebeu o título de Cidadania do Estado do Piauí. Foi para a Europa, para uma turnê de verão chamada "Here and Now". Durante a excursão, recebeu diploma da cidade de Milão, por ser "embaixador da cultura e da consciência critica do Brasil moderno, alma politica de seu próprio pais alem de simbolo universal de empenho social e de apoio a luta contra a miséria e a fome no mundo", segundo a então prefeita, Letizia Moratti. Ao voltar ao Brasil, gravou um novo projeto ao vivo. Intitulado BandaDois, o espetáculo foi gravado no Teatro Bradesco do Shopping Bourbon, em São Paulo, nos dias 28 e 29 de setembro, sob direção do cineasta brasileiro Andrucha Waddington. O espetáculo consiste em uma apresentação com "voz, violão e alguns convidados" apenas. Em novembro, Gil excursionou pela Europa com o projeto "The String Concert", ao lado de seu filho Bem e Jaques Morelembaum. Em dezembro de 2009, chegou às lojas BandaDois, e o cantor continuou com a turnê "The String Concert", agora pelos Estados Unidos. Em 11 de junho de 2010, Gil lançou seu quinquagésimo sétimo álbum, pela Universal Music. Intitulado Fé na Festa, o trabalho foi dedicado totalmente à festas dos santos populares - e também lançado no início das festividades -, com canções de maxixe, baião, xote e forró, consideradas por diversos críticos como um "retorno às origens do baiano"62 - uma vez que esse recebera, enquanto criança, grande influência de Luiz Gonzaga. Entre as canções do projeto estão "Aprendi com o Rei", homenagem à Gonzaga, "Dança da Moda", "Marmundo", entr outras. A turnê de Fé na Festa, foi introduzida no circuito das festas juninas no Nordeste do País, e em diversas regiões do País, promovendo o álbum. Essa sequencia de espetáculos rodou a Europa também, conhecida como "For All", com calorosa recepção. Meses depois, Retirante chegou às lojas do país. Trata-se de um álbum duplo com 32 canções do início da carreira de Gilberto Gil - de 1962 a 1966. Boa parte desse álbum contém faixas feitas apenas com voz e violão, entre as composições estão "Roda", "Me Diga", "Moço", "Ensaio Geral", entre outros. A pesquisa e resgate foi feito pelo pesquisador Marcelo Fróes, acompanhado por Gil. Sobre a direção de Andrucha Waddington, a turnê do álbum Fé na Festa, tornou-se um documentário, com uma apresentação gravada no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Fé na Festa: Ao Vivo, foi lançado em 9 de dezembro de 2010, e além da apresentação. 2011-Presente: A conspiração, 70 anos e outros projetos Meses depois do lançamento do documentário Fé na Festa, o cineastas Andrucha Waddington e Lula Buarque de Hollanda, sócios da Conspiração Filmes, lançaram um box, contendo sete DVDs lançados/sobre Gilberto Gil e sua carreira. A Conspiração de Gilberto Gil, contém documentário dirigidos por Hollanda (Pierre Verger: Mensageiro entre Dois Mundos - narrado por Gil -, Filhos de Gandhi e Kaya N’gan Daya), ao passo que Waddington assina os musicas (Banda Dois e iva São João!, além do filme Eu, Tu, Eles - cuja trilha sonora é assinada por Gil - e o documentário Tempo Rei, codirigido por Hollanda). Gravado no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em outubro de 22011, Gil +10: O Retrato da Música Brasileira, trata-se de um espetáculo acústico, onde Gil recebeu dez convidados para interpretar canções de seu repertório. O projeto foi promovido pela MPB FM, e fora lançamento pela Go2Music. Foram convidados Ana Carolina, Erasmo Carlos, Lenine, Maria Gadú, Mart'nália, Os Paralamas do Sucesso, Dona Ivone Lara, Milton Nascimento, Zeca Pagodinho e Preta Gil. Em 10 de setembro de 2011, foi anunciado que o artista seria protagonista de um documentário dirigido pelo suíço Pierre Yves e pelo francês Emmanuel Gétaz e produzido pelo brasileiro Daniel Rodriguez, sobre o cantor e suas viajens para três países do Hemisfério Sul: Brasil, África do Sul e Austrália; retratando as conexões políticas-geográficas que os une. O documentário, ainda deve conter cenas do carnaval de Salvador em terreiros de candomblé, e encontros de Gilberto Gil com pensadores e artistas sul-africanos, poetas e líderes e cantores australianos. Connecting South: The New World, ainda não tem data de lançamento, mas, a previsão é que seja lançada ainda em 2012. Inspirada na canção "Domingo no Parque" (1967), a Companhia de Teatro O Cidadão de Papel, fez uma montagem dirigida por Marcos Oliveira, em Salvador. Segundo o autor Leandro Rocha, "a peça 'Domingo no Parque' é também uma homenagem a Gilberto Gil, que consegue abordar diferentes temas em sua obra musical, muitos deles de maneira cênica”. Para comemorar os 70 anos de idade, o artista iniciou em 18 de maio de 2012, uma mini-turnê conhecida como "Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo". Apresentou-se em algumas cidades do País, ao lado de orquestras, como a Orquestra Sinfônica da Bahia - que acompanhou o artista em sua estreia no Teatro Castro Alves, em Salvador. Depois da apresentação no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 28 de maio, onde gravou o DVD comemorativo ao lado da Orquestra Petrobras Sinfônica, a série de apresentações foi para a Europa. O projeto, originalmente, surgiu em 2006, na época do lançamento do álbum Gil Luminoso, porém, apenas em 2012 saiu do papel, que agora, conta com a regência do maestros Jaques Morelenbaum e Carlos Prazeres77 79 . Um dia antes do aniversário de Gilberto Gil, o site de vídeos YouTube, transmitiu uma hora do espetáculo "Concerto de Cordas & Máquinas de Ritmo", gravado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. No canal oficial do cantor, era possível encontrar depoimentos exclusivos de diversos artistas falando sobre Gil, além de falas do próprio artista80 . Prêmios 3 de setembro de 2003 - recebe o Grammy Latino prêmio de Personalidade do Ano - Miami Maio de 2005 - recebe o Polar Music Prize do Rei Carlos XVI Gustavo da Suécia 15 de dezembro de 2006 - é premiado com o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro. 11 de novembro de 2010 - vence mais dois prêmios no Grammy Latino por 'Melhor Álbum de Música Popular Brasileira' com 'BandaDois' e 'Melhor Álbum de Músicas de Raízes Brasileiras', por 'Fé na festa'. Política Gilberto Gil Gilberto Gil Ministro da Cultura do Brasil Brasil Mandato 1 de janeiro de 2003 até 30 de julho de 2008 Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Antecessor(a) Francisco Weffort Sucessor(a) Juca Ferreira Vereador de Salvador Bandeira de Salvador.svg Mandato 1 de janeiro de 1989 até 1 de janeiro de 1993 Vida Nascimento 26 de junho de 1942 (71 anos) Salvador, Bahia Brasil Dados pessoais Partido PMDB (1988–1990) PV (1990–presente) Profissão Músico e político Em 1989, mesmo gravando, fazendo espetáculos e se envolvendo em causas sociais, elegeu-se vereador em Salvador, sua cidade natal, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) com exatos 11.111 votos. Em 21 de março de 1990, filia-se ao Partido Verde (PV), como membro da Comissão Nacional Executiva. Em janeiro de 2003, quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva tomou posse, nomeou-o para o cargo de ministro da Cultura, nomeação que originou severas críticas de personalidades como Paulo Autran e Marco Nanini em entrevistas à Folha de São Paulo. Entretanto, permaneceu no cargo de ministro por cinco anos e meio. Deixou o Ministério em 30 de julho de 2008 para voltar a dedicar-se com maior exclusividade à sua vida artística. Em 28 de agosto, participou da solenidade de posse oficial de seu sucessor no Ministério, Juca Ferreira. Discografia 1963 - Salvador - 1962/1963 1967 - Louvação 1968 - Gilberto Gil 1968 - Tropicália - (com Os Mutantes, Caetano Veloso, Nara Leão e Gal Costa, etc) 1969 - Gilberto Gil 1970 - Copacabana Mon Amour 1971 - Gilberto Gil (Nega) 1972 - Barra 69 - Caetano e Gil Ao Vivo na Bahia 1972 - Expresso 2222 1974 - Cidade Do Salvador 1974 - Gilberto Gil ao Vivo 1975 - Refazenda 1975 - Gil & Jorge - Ogum - Xangô 1977 - Refavela 1978 - Gilberto Gil ao Vivo em Montreux 1978 - Refestança 1979 - Nightingale 1979 - Realce 1981 - Brasil 1981 - Luar (A Gente Precisa Ver o Luar) 1982 - Um Banda Um 1983 - Extra [WEA Latina] 1984 - Quilombo (Trilha Sonora) 1984 - Raça Humana 1985 - Dia Dorim Noite Neon 1987 - Gilberto Gil em Concerto 1987 - Trem Para as Estrelas (Trilha Sonora) 1988 - Ao Vivo em Tóquio (Live in Tokyo) 1989 - O Eterno Deus Mu Dança 1991 - Parabolicamará 1994 - Acústico MTV (disco de platina) 1995 - Esoterico: Live in USA 1994 1995 - Oriente: Live in Tokyo 1996 - Em Concerto 1996 - Luar 1997 - Indigo Blue 1997 - Quanta (disco de ouro) 1998 - Ao Vivo em Tóquio (Live in Tokyo) [Braziloid] 1998 - O Sol de Oslo 1998 - O Viramundo (Ao Vivo) 1998 - Quanta Gente Veio Ver 1998 - Ensaio Geral (caixa com gravações de 1967 a 1977) 2000 - Me, You, Them [Brazil] 2001 - Milton e Gil (disco de ouro) 2001 - São João Vivo (disco de ouro) 2002 - Kaya N'Gan Daya (disco de ouro) 2002 - Quanta Live [Brazil] 2002 - Z: 300 Anos de Zumbi 2004 - Eletrácustico (disco de ouro) 2005 - Ao Vivo 2005 - As Canções de Eu, Tu, Eles (disco de platina) 2005 - Soul of Brazil 2006 - Gil Luminoso 2006 - Rhythms of Bahia 2008 - Banda Larga Cordel 2009 - BandaDois - Ao Vivo 2010 - Fé na Festa 2010 - Fé na Festa: Ao Vivo 2011 - Gil + 10: Gilberto Gil Convida ao Vivo